O Streptococcus pyogenes, mais especificamente o do grupo A, é uma bactéria que causa a chamada amigdalite aguda.

Esta infeção ocorre predominantemente nas crianças entre os 5 e 15 anos de idade, e mais no inverno e na primavera. Manifesta-se sobretudo por início súbito de dor de garganta, febre (normalmente acima dos 38ºC), vómitos, dor de barriga, dor de cabeça, garganta francamente vermelha e com “pontinhos brancos” nas amígdalas, e ainda gânglios aumentados na parte da frente do pescoço.

Quando esta bactéria liberta toxinas pela circulação sanguínea, pode dar a chamada escarlatina, que se manifesta por aparecimento de manchas vermelhas, muito rugosas ao toque, que se distribuem pela face, tronco e depois para os braços.

Esta bactéria transmite-se ao contactar com secreções nasais, gotículas expelidas na tosse ou espirros de uma pessoa infetada, ou ainda contactar com toalhas, roupa de cama, ou utensílios de cozinha infetados.

Quando não tratada atempada ou adequadamente, esta bactéria pode alastrar-se pelo organismo e dar fenómenos graves, como uma infecção generalizada, de nome sépsis, libertação exagerada de toxinas capaz de provocar síndrome do choque tóxico, destruição maciça da pele e no tecido por baixo da mesma sobretudo ao nível dos braços e pernas (chamada fasceíte necrotizante).

Muito embora esta patologia seja extremamente frequente todos os anos, este ano está a causar alguma preocupação na Europa, pois não só se tem verificado um aumento anormal do número de casos desta doença nas crianças, como também aumento destes fenómenos graves. Não há evidência que esteja a circular uma nova estirpe. Considera-se, para já, que este aumento tenha a ver com o número elevado de bactérias em circulação e contacto social.

Em Portugal, ainda não foram identificados casos com perfil semelhante aos reportados noutros países. No entanto, as autoridades de saúde estão alertas.

Se achar que a sua criança possa estar a ter esta doença, deve dirigir-se a um hospital com serviço de urgência pediátrico, de modo a que se faça o diagnóstico através do teste antigénico rápido e/ou cultura de expectoração da garganta. Caso se confirme o diagnóstico o médico tratará com antibiótico e dará as indicações necessárias para cada caso.

Um artigo da médica Patrícia Cebola, especialista em Medicina Geral e Familiar no grupo Clara Saúde.

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