“As autoridades provinciais devem declarar hoje [o surto de] cólera e vai se estabelecer um Centro Operativo de Emergência que garanta a partilha regular de dados”, referiu Armindo Tiago, naquela cidade.
Dados das autoridades provinciais indicam que desde quarta-feira, dos mais de 100 pacientes observados no Centro de Tratamento de Cólera do Hospital de Quelimane, seis perderam a vida.
Bairros com condições precárias, falta de água potável, saneamento e condições de higiene são os que mais preocupam as autoridades em Quelimane, sobretudo depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy — que na última semana fez 53 mortes na província da Zambézia.
Moçambique é um dos 12 países africanos afetados por cólera, doença associada à falta de saneamento básico e que irrompe sazonalmente na época das chuvas.
Desde setembro de 2022, o país lusófono já registou 54 mortes devido à doença e tem mais de 200 pessoas internadas nos centros de tratamento abertos nos locais onde estão declarados surtos.
O Governo moçambicano, em coordenação com a Organização Mundial da Saúde, tem em curso uma campanha de vacinação prevendo abranger 720 mil pessoas em todo o país.
A OMS alerta que o aparecimento da cólera está a ser agravado por “eventos climáticos extremos e conflitos que aumentaram as vulnerabilidades, já que as pessoas são forçadas a fugir de suas casas e enfrentar condições de vida precárias”.
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