“Estamos hoje a testemunhar o lançamento de mais uma campanha contra a cólera e esperamos que as vacinas cheguem a todos e colaborarmos para pôr fim a esta doença nas nossas comunidades” disse Maria Almija, administradora do distrito de Maríngue, em Sofala, durante o lançamento da campanha naquela província do centro de Moçambique.
O distrito de Maríngue está entre os afetados pela cólera na província, havendo atualmente pelo menos 500 pessoas diagnosticadas com diarreia aguda, numa altura em que o país atravessa a época chuvosa.
“O número de novos casos tem crescido de dia para dia e já foram registadas duas mortes [na província], uma em Caia e outra em Maríngue”, afirmou.
As autoridades sanitárias moçambicanas querem atingir mais de 2,2 milhões de pessoas na campanha de vacinação contra a cólera em nove distritos do país, os mais afetados pelo atual surto da doença.
A cólera é uma doença, tratável, que provoca fortes diarreias e que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.
A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.
Em maio do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que mil milhões de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença, apontando, já em outubro, Moçambique como um dos países de maior risco.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.
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