Entre 1.000 casos detetados, a variante inglesa provoca 4,1 mortes contra 2,5 para o coronavírus clássico, concluem os autores desses trabalhos publicados na revista médica BMJ.
"Existe uma alta probabilidade de que o risco de mortalidade aumente com uma infeção" com essa variante, escrevem os pesquisadores das universidades de Exeter e de Bristol.
Em janeiro, o NERVTAG - grupo que assessora o governo britânico - mencionou uma "possibilidade realista" de que esta variante tivesse uma mortalidade maior.
O grupo estimava que a sua letalidade (risco de morte entre as pessoas infetadas) poderia ser entre 30% e 40% maior, com base em vários estudos, como o validado nesta quarta-feira ao ser publicado no BMJ.
Os seus autores basearam-se nos dados de 110.000 pessoas que deram positivo fora do hospital entre outubro e janeiro.
Os cientistas compararam a mortalidade nos dois grupos (141 mortes contra 227), tendo em conta fatores como a idade, sexo ou origem étnica e concluíram que a variante do Reino Unido é 64% mais fatal.
Metade foi infetada pelo coronavírus clássico e a outra pela variante inglesa (chamada VOC 202012/01 ou B.1.1.7).
Esses dados "reforçam a importância de que as pessoas se vacinem", estimou Simon Clarke, da Universidade de Reading, citado pelo organismo britânico Science Media Centre e que não participou do estudo.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.611.162 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.617 pessoas dos 811.948 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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