Segundo a imunoalergologista Ana Castro Neves, podemos reagir do ponto de vista das alergias a uma determinada substância e a outras em simultâneo. Isto acontece porque existem proteínas estruturalmente semelhantes na natureza que designamos de proteínas homólogas.
De acordo com a médica, podem ser relacionadas entre si, como, por exemplo, um doente que seja alérgico ao bacalhau, pode reagir a outros peixes, ou um doente que seja alérgico a um determinado fruto seco, pode reagir a outros furtos secos, mas também pode acontecer que sejam distintas, ou seja, aparentemente não relacionadas.
Isto acontece, por exemplo, num doente que tenha alergia aos ácaros, pode desencadear uma reação quando ingere caracol ou crustáceos. Este fenómeno designa-se reatividade cruzada.
O mesmo acontece em doentes que tenham alergia aos pólenes, também podem desencadear uma reação alimentar quando ingerem frutos ou vegetais.
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Importa também esclarecer outro conceito que é a contaminação cruzada, isto é, a ingestão de pequenas quantidades pode desencadear uma reação grave, e por vezes, a ingestão de um alimento que parece seguro pode desencadear uma reação por ter estado em contacto com o alimento a que o doente é alérgico.
Por exemplo, um doente que ingira batata, se, na confeção, a mesma faca que as descascou tiver preparado peixe, irá verificar-se a transferência dos alergénios do peixe para a batata e o doente alérgico ao peixe terá uma reação.
Outro dos conceitos que convém esclarecer é o de alergénio oculto: um doente que ingere um determinado alimento pensando que não tem o alergénio a que é alérgico.
Exemplo: um doente que come uma francesinha cujo molho é confecionado com camarão. Se não perguntar como foi confecionado, poderá desencadear uma reação.
Por isso, é muito importante o cuidado na preparação e confeção das refeições de forma a prevenir possíveis reações alérgicas graves.
Um artigo da médica imunoalergologista Ana Castro Neves.
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