Haverá alguma ideia melhor do que passar um dia fora de casa, sem horários nem compromissos? Claro que simplificar as refeições também faz parte do conceito de evasão. Mas é importante encontrar, para as que são realizadas ao ar livre e sem a ajuda de restaurantes, alternativas saudáveis e equilibradas aos pratos de faca e garfo. Quando pensamos nos dias da nossa infância passados na praia, lembramo-nos, até com saudade, do momento em que passava o vendedor de bolos na praia.
Hoje, olhamos para ele com desconfiança. Nessa época, várias pessoas juntavam-se à sua volta, à espera que destapasse o cesto onde estavam convidativas bolas de berlim com creme. E, às vezes, tinhamos a sorte de um daqueles deliciosos bolos ser para nós. Era bom mas... perigoso! Os riscos de intoxicação alimentar e, consequentemente, de desidratação, são elevados, sobretudo nesta altura do ano.
Certos alimentos alteram-se facilmente com o calor. Por isso, na preparação de piqueniques e refeições para comer fora de casa, todo o cuidado é pouco, especialmente se o cenário for a praia ou o campo num dia de muito calor. Aliás, sair da beira-mar para fazer um piquenique no pinhal, pode ser uma ótima ideia. Leve atum enlatado ou compre frango acabado de assar e prepare uma salada.
Tenha, no entanto, cuidado com molhos e maioneses. Evite-os e dê preferência a molhos com iogurte. Para garantir que toda a família, incluindo os seus filhos, aproveitam os benefícios da vida ao ar livre, ofereça-lhes, à hora do jantar, uma refeição completa, seguida do merecido descanso. Se puder, leve consigo a sua bicicleta e aproveite para dar um passeio antes ou depois de aconchegar o estômago.
Segurança e equilíbrio
Pensar em equilíbrio alimentar, em tempo de praia, é associar dois conceitos fundamentais, valor nutricional e segurança alimentar. As opções corretas do ponto de vista nutricional nem sempre são as mais seguras. O fiambre e o queijo fresco são, por exemplo, alimentos ricos, mas pouco resistentes ao calor. Há que escolher alternativas que não representem riscos para a saúde e satisfaçam as necessidades nutricionais dos mais pequenos.
Deve, além disso, garantir que as refeições não sejam todas à base de pão e bolachas. Para assegurar uma ingestão equilibrada de vitaminas e minerais, ofereça aos seus filhos várias peças de fruta, lavadas previamente. Opte por ananás, melão, meloa, morango, uvas e citrinos, uma vez que têm um elevado teor de água. Pode levar leite em pacotinhos, que são mais resistentes ao calor do que os iogurtes.
Para as sanduíches, prefira pão de mistura. O pão branco não é recomendado por ter baixo teor de fibra e o pão integral não deve ser associado ao leite e derivados porque não facilita a absorção do cálcio. Para evitar a desidratação, dê muitos líquidos aos seus filhos. Além de água, ofereça-lhes sumos naturais, idealmente feitos em casa.
Esprema as peças de fruta, mas não coe, para que a fibra seja preservada. Controle ainda o consumo de alimentos gulosos que encontra na nossa lista de proibidos. Se os seus filhos se queixarem, resista e não pense que está a ser demasiado rígida. Mais tarde, irão agradecer-lhe o que fez por eles.
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Os alimentos que deve deixar de fora do cesto:
- Refrigerantes
A sua ingestão sistemática pode causar desidratação. Dos sumos disponíveis no mercado, os menos desaconselhados são os sumos com 100 por cento de fruta, conservados a frio.
- Batatas fritas
Devem ser evitadas dado o seu elevado teor de sal e gordura, provocando muita sede.
- Gelados
Permita que o seu filho coma apenas gelados de leite, sem chocolate nem recheios, no máximo duas a três vezes por semana.
Texto: Paula Alberty com Magda Serras (nutricionista)
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