As sementes de chia (salvia hispanica) têm origem na América do Sul e têm adquirido, nos últimos tempos, especial relevo devidos às anunciadas propriedades benéficas para a saúde humana. Têm sido comercializadas, essencialmente, como um suplemento alimentar para o controlo de peso corporal devido à sua riqueza em fibras (18% a 30%), em especial as não solúveis como a linhina. Tem um elevado teor de proteínas (15% a 25%) e são também ricas em ácidos gordos ómega-3, o que pode ter um papel importante na regularização do perfil lipídico de indivíduos com colesterol elevado.
Para além disso, este alimento tem ainda as propriedades anti-inflamatórias, importantes na redução do risco de doenças cardiovasculares. A investigação científica tem vindo a acumular alguma evidência sobre o efeito do consumo de sementes de chia sobre a regularização da glicemia, o que pode ser benéfico para o controlo metabólico de pacientes diabéticos. Contudo, são necessários mais ensaios clínicos para confirmar estes efeitos.
As sementes de chia podem ser consumidas cruas, juntamente com o iogurte, sumos ou fruta. Podem ainda ser acrescentadas ao pão e aos cereais de pequeno-almoço. Em 2000 as US Dietary Guidelines, diretivas de nutrição norte-americanas, recomendaram uma quantidade máxima diária de 48 g. A Comissão Europeia, por seu lado, autorizou a sua utilização na panificação com um limite máximo de 5 por cento.
Dadas as suas propriedades funcionais e o seu teor em proteínas, ácidos gordos ómega 3 e fibra alimentar as sementes de chia são um alimento a integrar num padrão alimentar equilibrado. Pesquisas internacionais referem ainda que este ingrediente combate a obstipação e favorece o trânsito intestinal, além de estimular a memória e a atividade cerebral.
Texto: Miguel Rego (nutricionista)
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