Podemos confiar nas plantas medicinais para combater um problema que afeta um terço da população portuguesa? Será que a ingestão de plantas medicinais pode travar o processo de envelhecimento e retardar a emergência de doença venosa quando existem casos na família? A resposta é afirmativa! Segundo o naturopata português João Beles, "as plantas medicinais são o tratamento anti-aging mais usado em todo o mundo".
"Isto porque os vários estudos clínicos e epidemiológicos realizados nos últimos anos têm provado que o seu uso pode retardar em cerca de 10 a 20 anos o aparecimento de uma doença que a nível familiar costuma aparecer mais cedo", realça o especialista, que afirma, ainda, que muitas pessoas com tendência genética para terem uma certa doença, ingerindo plantas medicinais, não chegam a desenvolver o problema.
Plantas aliadas da circulação venosa
Há vários tipos de plantas com propriedades benéficas para a circulação sanguínea das pernas que podem prevenir e tratar a doença venosa, explica João Beles, professor de naturopatia no Instituto de Medicina Tradicional, em Lisboa. De acordo com o especialista português, estas são algumas das principais:
- Castanheiro-da-índia
Tonifica os vasos sanguíneos contribuindo para uma melhoria da circulação sanguínea arterial e venosa. A sua ingestão poderá sempre ser complementada com a toma de graínhas da uva, combinação que reduz o colesterol nas artérias e a tensão arterial. Encontra-se disponível em comprimidos ou em extrato líquido e devem ser tomados diariamente 200 miligramas de manhã e a mesma dose à noite.
- Graínhas da uva
Fortalecem as paredes das veias, dificultando a sua dilatação e o extravasamento do plasma sanguíneo para fora delas, que pode provocar o edema das pernas. Têm, igualmente, um efeito antioxidante, ao retardar o envelhecimento das veias. Podem ser comidas ou tomadas em comprimidos sempre que a doença já apresenta sintomas (200 miligramas/dia). Devem mastigar-se para assimilar os seus princípios ativos.
- Gingko biloba
A sua ação é benéfica em termos circulatórios e a nível cerebral, estimulando a microcirculação cerebral. Podem ser tomadas ampolas (não excedendo os 1.500 miligramas diários) ou comprimidos, em extrato seco, entre 120 e 240 miligramas. Tal como sucede com as graínhas de uva, "a sua ingestão é uma forma de prevenção da doença venosa", assegura mesmo o naturopata João Beles, elogiando o gingko biloba.
- Alecrim
Conjuga os efeitos do gingko biloba e do castanheiro-da-índia e tem benefícios a nível da circulação cerebral e venosa, sobretudo ao nível dos membros inferiores. O alecrim pode ser ingerido em ampolas, como as outras plantas ou em chá. Nesse caso, utilize 15 folhas duas vezes ao dia. Esta planta, muito apreciada pelos portugueses pelo seu travo e pelo seu aroma, é, também, um bom ingrediente para saladas e sopas.
- Outras plantas
Existem ainda outras plantas com ação benéfica na doença venosa que o naturopata João Beles, à semelhança de outros especialistas de outras áreas, também recomenda. São elas a folha da videira, a hamamélis e a gilbardeira. João Beles reforça que a ingestão regular de plantas medicinais deve ser, idealmente, complementada com o uso de um creme à base de castanha-da-índia, de hamamélis, de videira e de gilbardeira.
Texto: Daniela Gonçalves com revisão científica de João Beles (professor de naturopatia do Instituto de Medicina Tradicional)
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