1. Medição do pulso
A medição do pulso é a maneira mais prática de vigiarmos o nosso ritmo cardíaco. É um gesto simples que nos permite detetar eventuais irregularidades nos batimentos cardíacos, possibilitando a identificação atempada de arritmias como a fibrilhação auricular. Uma vez detetada uma arritmia, esta poderá ser confirmada através de exames complementares de diagnóstico, como o eletrocardiograma ou o Holter de 24 horas, pedidos pelo seu médico assistente.
2. Redução ou eliminação de fatores e comportamentos de risco
Muitas arritmias podem ser causadas, precipitadas ou agravadas por inúmeros fatores, nomeadamente o tabaco, o consumo de cafeína, de bebidas alcoólicas ou de outro tipo de drogas, a manutenção de estilos de vida sedentários, o stress e a toma indevida de alguns medicamentos. Todos estes constituem importantes comportamentos de risco potencialmente modificáveis: a sua redução ou eliminação contribuem para a prevenção de arritmias, e facilitam o seu controlo no caso de uma já estabelecida.
A idade, por seu turno, constitui um outro fator de risco crucial, ainda que, infelizmente, não passível de modificação. Ainda assim está nas nossas mãos envelhecer da forma mais saudável possível, sendo fundamental controlar as comorbilidades que mais provavelmente aparecerão com o passar dos anos. Destas são exemplo a Obesidade, a Diabetes, a Insuficiência Cardíaca, a Hipertensão Arterial, a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono ou a Doença Coronária. A sua vigilância e gestão apropriadas, evitando possíveis complicações, são um importante contributo para a manutenção de um bom ritmo cardíaco.
3. Prática regular de atividade física
Com a prática regular de atividade física conseguimos evitar o sedentarismo, um dos principais comportamentos de risco para a nossa saúde. Por outro lado, e aliada à adoção de hábitos alimentares saudáveis, ajuda-nos a controlar o peso corporal, combatendo assim o excesso de peso e a obesidade, importantes fatores de risco para uma arritmia. A Direção Geral de Saúde recomenda, para um adulto, a prática semanal de 75 minutos de atividade física vigorosa (aquela em que a sua respiração estará muito acelerada, sendo difícil manter uma conversa), de 150 minutos de atividade física moderada (aquela em que apesar da respiração estar acelerada, ainda será possível manter uma conversa) ou uma combinação equivalente. Contudo, lembre-se: mesmo que não consiga cumprir estas recomendações na totalidade, fazer alguma atividade física é sempre muito melhor do que não fazer nenhuma!
4. Não descurar a sua saúde e os sinais do seu curto
As consultas regulares com o seu médico assistente e a realização de exames complementares de diagnóstico, caso se justifiquem, são também importantes para o controlo sobre a sua saúde. Podem permitir a deteção atempada, e mesmo antes de causar sintomas, de problemas graves e potencialmente fatais como as arritmias cardíacas.
Esteja também atento aos sinais que o seu corpo lhe vai dando: tonturas, episódios de desmaio, sensação de aperto no peito ou de palpitações, dificuldade em respirar ou cansaço mantido devem fazê-lo procurar, assim que possível, o seu médico assistente.
5. Medicação (e o seu cumprimento escrupuloso)
Muitas arritmias cardíacas, como a fibrilhação auricular, e as suas potenciais complicações, podem ser controladas eficazmente com medicação. O cumprimento escrupuloso dos fármacos de acordo com a prescrição médica é fundamental para o sucesso terapêutico, controlando os sintomas e/ou reduzindo as eventuais complicações associadas.
A maioria dos doentes com fibrilhação auricular terá indicação para fazer terapêutica anticoagulante oral, sendo atualmente os anticoagulantes orais não antagonistas da vitamina K (também denominados de anticoagulantes orais diretos – DOAC) a classe terapêutica mais eficaz e segura na generalidade dos doentes (salvo algumas exceções). Por diminuírem a coagulação no sangue circulante nos vasos, evitam fenómenos tromboembólicos, prevenindo, por exemplo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Para além disso, poderá também estar indicado a toma de outros fármacos que controlem a frequência cardíaca. A decisão terapêutica caberá ao médico assistente, pesando os inúmeros benefícios e eventuais riscos destes fármacos nestes doentes. Para isso é fundamental a boa relação médico-doente, a base da relação de confiança crucial para o acompanhamento regular a manter no futuro.
Um artigo da médica Luísa Fonte, especialista em Medicina Geral e Familiar.
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