Para travar a pandemia de COVID-19 que está a assolar o mundo, o primeiro-ministro português assinou, no passado dia 15 de março de 2020, um despacho governamental que determina a suspensão da atividade das clínicas de medicina dentária e estomatologia por um período mínimo de duas semanas. Numa altura em que os cidadãos são aconselhados a ficar em casa para evitar a propagação da infeção causada pelo vírus SARS-CoV-2, qual é, então, a solução?
"O despacho governamental prevê a exceção das situações comprovadamente urgentes e inadiáveis, sublinha, contudo, João Caramês, professor catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. "Neste enquadramento, e por forma a não sobrecarregar as unidades do Serviço Nacional de Saúde, as clínicas dentárias podem e devem continuar a assegurar o atendimento de doentes cujo tratamento não pode ser adiado", esclarece o docente.
"Nestas situações de urgência, incluem-se várias situações. Por exemplo, casos de dor, infeção, hemorragia ou traumatismos na sequência de quedas ou de acidentes. Felizmente, muitos são os colegas que, por todo o país, continuam a trabalhar para dar resposta e ajudar quem precisa", garante o especialista num artigo que escreveu para a edição digital da revista Prevenir. "Seja como for, dispomos, hoje em dia, de várias ferramentas tecnológicas que permitem o contacto direto com os pacientes. Em tempo real e com recurso a imagem. A telemedicina, através de videochamadas, assume uma enorme relevância", sublinha João Caramês.
"Facilita a triagem e o aconselhamento dos doentes, bem como auxilia na resolução das situações verdadeiramente urgentes. Neste contexto excecional de estado de emergência em que vivemos, a prescrição electrónica de medicamentos, com o envio da receita médica por mensagem telefónica ou por correio eletrónico, faz dispensar, algumas vezes, o atendimento presencial, diminuindo o risco de transmissão do novo coronavírus SARS-CoV-2", refere o especialista.
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