No relatório anual sobre o estado do clima na Ásia, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que toda a região tem sido afetada pelas alterações climáticas.

“O clima extremo e as alterações climáticas na Ásia em 2020 causaram a perda de milhares de vidas, deslocaram milhões a mais e custaram centenas de biliões de dólares”, disse a OMM num comunicado.

“O desenvolvimento sustentável está em risco. A insegurança alimentar e hídrica, os riscos para a saúde e a degradação ambiental estão a aumentar”, afirmou.

No relatório, a OMM também faz um balanço das perdas económicas anuais devidas a riscos climáticos.

Estes são estimados em 238 mil milhões de dólares (205 mil milhões de euros) na China, 87 mil milhões na Índia, 83 mil milhões no Japão e 24 mil milhões na Coreia do Sul.

“Os riscos climáticos e meteorológicos, particularmente inundações, tempestades e secas, tiveram um impacto significativo em muitos países da região”, disse o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas, citado na mesma nota.

Em 2020, as inundações e tempestades afetaram cerca de 50 milhões de pessoas e causaram mais de 5.000 mortes.

Estes números são inferiores à média anual das duas últimas décadas (158 milhões de pessoas afetadas e cerca de 15.500 mortes) “e refletem o sucesso dos sistemas de alerta precoce em muitos países asiáticos”, de acordo com a OMM.

O ano passado foi o mais quente de sempre na Ásia, com a temperatura média 1,39 graus Celsius acima da média de 1981-2010.

No final de junho de 2020, foram registados 38°C em Verkhoyansk, no nordeste da Sibéria, Rússia, que é provisoriamente a temperatura mais alta registada a norte do Círculo Ártico.

Em 2020, as temperaturas médias das águas superficiais atingiram níveis recorde nos oceanos Índico, Pacífico e Ártico.

No relatório observa-se também que as temperaturas à superfície do mar nos oceanos asiáticos estão a aumentar mais fortemente do que a média global.

Por exemplo, o Mar Arábico e partes do Oceano Ártico aqueceram mais de três vezes a média.

Os glaciares na Ásia estão a recuar a um ritmo acelerado e a OMM prevê que “a sua massa diminuirá em 20-40% até 2050, afetando a vida e a subsistência de cerca de 750 milhões de pessoas”.