Em 2020 verificou-se uma diminuição da poluição do ar, muito graças ao confinamento imposto por várias nações mundiais para travar a pandemia de COVID-19.

Ainda assim, esta diminuição não foi suficiente, especialmente nas maiores cidades do mundo.

Tóquio (Japão), Nova Delhi (Índia), Xangai (China), Cidade do México (México) e São Paulo (Brasil) são as cinco cidades mais populosas do mundo, somando entre todas 137 milhões de pessoas, ou seja cerca de 2% da população mundial.

Dessas, 163.000 perderam a vida, só no ano de 2020, por causa da poluição do ar, estimando-se perdas económicas associadas na onda dos 85 biliões de dólares (cerca de 70 biliões de euros).

A cidade mais fustigada por este flagelo foi a indiana Nova Delhi, registando 54.000 mortes e perdas económicas estimadas de 8.1 biliões de dólares (cerca de 6.6 biliões de euros).

Segue-se Tóquio, com 40.000 mortes, mas perdas económicas largamente superiores, equivalentes a 43 biliões de dólares (cerca de 35.2 de euros).

Logo atrás vem Xangai com 39.000 mortes e, registando ambas a perda de 15.000 vidas humanas temos São Paulo e Cidade do México.

Os dados são avançados pela Greenpeace Southeast Asia que se associou à empresa IQAir, ambas acreditando que todas estas mortes poderiam ter sido evitadas.

Políticas ambientais de prevenção e controlo, bem como investimento na limpeza e monitorização do ar são as soluções para o problema.

Assim, numa tentativa de resposta a esta crise global, a Greenpeace Southeast Asia e a IQAir uniram-se para criar uma ferramenta (Cost of Air Pollution) que permite medir em tempo real a qualidade do ar de uma cidade.

Esta ferramenta recorre a 80.000 sensores espalhados por todo o mundo para avaliar o número de partículas em suspensão na atmosfera (PM2,5), consideradas uma ameaça à saúde humana, uma vez que depois de inaladas, entram na corrente sanguínea, provocando danos no sistema respiratório e cardiovascular.

Este valor é depois combinado com o número total de habitantes da cidade, indicadores higio-sanoitários e modelos de risco científico para determinar finalmente a mortalidade e os custos associados à poluição atmosférica dessa mesma cidade.

Também em Portugal, devemos ficar atentos a este problema, pois, segundo dados da Agência Europeia do Ambiente e, contrariamente à tendência de diminuição verificada na União Europeia, no nosso país registou-se um aumento de 3,36% no número de mortes associadas à poluição atmosférica de 2016 para cá.