“Incêndios devastadores na Europa este verão causaram as maiores emissões desde 2007”, concluíram os cientistas do Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS), que têm observado as emissões diárias e os impactos na qualidade do ar, tanto na Europa como em outras regiões.

Em informação divulgada hoje, o CAMS destaca que a combinação de uma onda de calor em agosto com condições de seca prolongada na Europa ocidental, resultaram no aumento da intensidade e persistência dos incêndios florestais.

O total de emissões causadas pelos incêndios florestais da União Europeia e do Reino Unido, entre 01 de junho a 31 de agosto de 2022, foi estimado em 6,4 megatoneladas de carbono, o nível mais elevado para esses meses desde o verão de 2007.

“As emissões registadas para o verão de 2022 foram em grande parte impulsionadas pelos devastadores incêndios florestais no sudoeste de França e na Península Ibérica, com França e Espanha a registarem as maiores emissões de incêndios florestais nos últimos 20 anos”, anunciou o sistema europeu em comunicado.

Em outras regiões do hemisfério norte, habitualmente atingidas por picos de incêndios no verão, as emissões foram inferiores, apesar de alguns fogos devastadores.

O extremo leste da Rússia não foi tão fustigado pelo fogo como nos verões anteriores, mas regiões mais centrais e ocidentais da Rússia, “sofreram um número maior de incêndios florestais”, que resultaram em vários dias de fumo intenso e “degradação da qualidade do ar”.

“As emissões totais estimadas dos incêndios no Distrito Federal Central da Rússia foram as mais altas desde os grandes incêndios de turfa que afetaram o oeste da Rússia em 2010”, lê-se no documento.

Na América do Norte, os incêndios florestais que começaram a lavrar no Alasca em maio continuaram até junho e início de julho, com grandes incêndios em Yukon e nos Territórios do Noroeste do Canadá.

No oeste dos Estados Unidos, a intensidade total diária de incêndios e as emissões totais sazonais foram “muito menores” para a Califórnia, Oregon, Washington, Idaho e Montana comparativamente aos verões de 2020 e 2021 e foram “mais típicas” para a época do ano, de acordo com o CAMS.

Os fogos na Amazónia, na segunda quinzena de agosto, provocaram “uma das maiores emissões totais estimadas para o período desde 2010 (juntamente com 2019-2021).

O estado do Amazonas apresentou emissões “bem acima da média”, resultando no segundo maior total de julho a agosto (após 2021) dos últimos 20 anos.

“Os primeiros dias de setembro viram aumentos claros de incêndios em toda a região amazónica, com valores diários bem acima da média, em vários estados da Amazónia, originando uma “grande área de fumaça na América do Sul”.