De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os incêndios na maior floresta tropical do mundo deram uma trégua em julho, caindo ao menor nível daquele mês desde 2018 (4.788).
A boa notícia vem após dois meses de alta. Em junho, o INPE registou 2.308 queimadas na Amazónia, dado que indica um aumento de 2,6% face ao mesmo mês de 2020 e o maior número para o período desde 2007.
Em maio foram registados 1.166 incêndios, dado 40,6% acima do registado no mesmo mês de 2020 e o maior número do período desde 2007.
Como a temporada de incêndios começa em junho, quando a seca favorece a expansão dos focos, ambientalistas temiam que o Brasil registasse um número recorde de incêndios em 2021.
No entanto, a desaceleração em julho acabou reduzindo o número de queimadas acumuladas no ano.
Segundo o INPE, a Amazónia brasileira sofreu 11.862 incêndios entre janeiro e julho deste ano, com redução de 25% face aos primeiros sete meses de 2020 (15.981) e o menor número para esse período desde 2015 (9.166).
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, admitiu hoje que o Governo não vai cumprir a meta que havia sido traçada de reduzir o desflorestamento da Amazónia em 10% e considerou que ficará entre 4% e 5%, “algo muito pequeno, ridículo, mas já é um avanço”.
Embora as queimadas tenham diminuído, a exploração madeireira cresceu em 2021, segundo cálculos preliminares do INPE.
O instituto ligado ao Governo brasileiro estimou que no primeiro semestre deste ano o desflorestamento atingiu 3.609 quilómetros quadrados da Amazónia, 17,1% a mais do que entre janeiro e junho de 2020 e a maior devastação do período nos últimos seis anos.
As organizações que atuam em defesa do meio ambiente no Brasil atribuem esses números alarmantes às omissões do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, defensor da exploração dos recursos naturais da Amazónia, inclusive em reservas indígenas, e que afrouxou o controlo das atividades que ameaçam a floresta, como a mineração e o comércio de madeira.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
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