Emigraram da Índia para a Europa há mais de 1.500 anos. Espalharam-se por todo o planeta e, hoje, segundo cálculos do jornal norte-americano The New York Times, esta comunidade já ultrapassa, nos tempos que correm, os 11 milhões de pessoas. Anualmente a 8 de abril, desde 1971, assinala-se o Dia Internacional do Cigano. Uma data que pretende alertar para as dificuldades deste grupo de cidadãos e para o estigma social a que muitos continuam a ser votados.

Muitos dos indivíduos de etnia cigana, uma comunidade tendencialmente fechada, são vistos como pessoas que nem sempre fazem por se inserir nas comunidades em que vivem, registando muitas vezes dificuldades de adaptação. Em Portugal, o Dia Nacional do Cigano é comemorado noutra data, a 24 de junho, data da festa de São João Baptista, um santo tradicionalmente festejado por esta comunidade em várias regiões do país.

O objetivo destes dias é celebrar as tradições ciganas e chamar a atenção para a exclusão social que a comunidade cigana, uma minoria étnica apesar da dimensão, continua a sofrer em vários países. No Brasil, o Dia Nacional do Cigano é anualmente assinalado a 24 de maio. Descubra, de seguida, cinco das muitas tradições ciganas que, apesar da existência de diferentes datas comemorativas, têm conseguido resistir ao passar do tempo.

1. A leitura da mão

Um pouco por todo o mundo são muitas as ciganas que se oferecem para fazer a leitura da mão. Apesar da quiromancia ter tido origem na Índia há mais de 5.000 anos, este povo tem sido um dos grandes impulsionadores desta forma de adivinhação. Se a linha da vida, uma das mais importantes, for curta, é sinal de que é uma pessoa facilmente manipulável pelos outros.

2. O casamento

Para os ciganos, é uma honra casar os filhos de acordo com a tradição do seu povo. A partir dos 14 anos, é comum que os jovens se comecem a relacionar às escondidas dos pais até ao momento em que são descobertos e que os pais do noivo se encontram com os pais da noiva para o filho lhes pedir a mão da sua apaixonada em casamento. A festa, que chega a reunir mais de 500 convidados, dura habitualmente vários dias.

3. O ritual do lenço

Para atestar a virgindade da noiva, é normal recorrer a uma das mulheres mais idosas e respeitadas da tribo para fazer o teste do lenço ou do lençol, uma exibição pública da mancha de sangue provocada pelo rompimento do hímen durante a primeira relação sexual. Uma situação que já foi retratada em vários filmes e documentários sobre este povo.

4. O respeito pelos mais velhos

No seio da comunidade cigana, a idade é um posto. Como são os mais velhos que transmitem o conhecimento e a sabedoria, são respeitados pela sua experiência de vida. Em muitas das disputas e litígios entre membros do povo cigano, é habitual recorrerem a uma pessoa mais velha para dirimir o conflito.

5. A música, a dança e o canto

A música, a dança e o canto são indissociáveis das raízes e da cultura do povo cigano. Além dos períodos de festa, está presente em muitos momentos do dia a dia da comunidade. O amor, a paz, a alegria e o sofrimento no mundo são os temas mais cantados pelos ciganos, materializados em muitas das letras da música folclórica. O virtuosismo dos músicos ciganos é admirado na Europa há centenas de anos.