A iniciativa está a ser desenvolvida desde maio deste ano pela Associação de Moradores Unidos da Apelação (AMUA), no concelho de Loures (distrito de Lisboa), e começou como uma “pequena brincadeira, que pretendia “apenas tirar a população mais idosa de casa, segundo explicou à agência Lusa a coordenadora do projeto, Catarina Canelas.
“Nunca pensámos que este projeto tivesse tanto sucesso. Pensámos inicialmente numa árvore pequena, de 3/4 metros e, depois, como percebemos que iria ser muita gente nele envolvida, avançámos para uma árvore de 17 metros e fizemos uma candidatura ao ‘Guiness’”, contou.
No entanto, mais importante do que conseguir bater o recorde do ‘Guiness’, Catarina Canelas destacou o facto de o projeto conseguir reunir um grupo de mulheres de várias idades (11-88 anos) e várias etnias, situação que contribui para o “reforço dos laços comunitários” da Apelação.
“Nós temos a envolvência de toda a comunidade. Temos senhoras africanas, ciganas, que bordam e convivem connosco. Tem sido muito gratificante e superou as nossas expectativas”, sublinhou.
A inauguração da árvore de Natal, que terá uma base triangular de 5,20 metros e uma altura de 17 metros, está prevista para o dia 03 de dezembro.
A árvore será composta por 7.200 quadradinhos de ‘crochet’, sendo que, neste momento, “devido ao entusiasmo”, já foram bordados cerca de 9.000.
“É fantástico o empenho das pessoas. Estamos a falar de uma população muito envelhecida, muito isolada e tem feito muito bem. Psicologicamente, as pessoas também não estão muito bem, depois desta pandemia. Foi uma forma de estarem ocupadas, de se distraírem e de conviverem”, apontou.
A localidade da Apelação, na zona oriental do concelho de Loures, foi palco em julho de 2008 de confrontos com armas de fogo entre a comunidade cigana e africana do bairro da Quinta da Fonte.
Os factos remontam a julho de 2008 e tiveram lugar no bairro da Quinta da Fonte, em Loures.
No rescaldo destes confrontos, a Câmara Municipal de Loures e o Governo assinaram nesse ano um Contrato Local de Segurança com três freguesias do concelho.
Desde então, várias entidades têm levado a cabo projetos sociais que visam reforçar a integração das diferentes comunidades que ali residem.
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