Apesar de o número de denúncias ter decrescido relativamente a 2018, o observatório considera que os casos reportados apresentaram maior gravidade. Em 2018 foram recebidas 128 denúncias de vítimas e de testemunhas de violência.
De acordo com a esta plataforma de denuncia informal, 38 denuncias foram efetuadas por ex-vítimas, 28 por testemunhas e oito por atuais vítimas.
Em 77% dos casos os agressores são namorados atuais das vítimas, em 12,2% dos casos as vítimas foram alvo de ameaças de morte, 13,5% das vítimas necessitaram de receber tratamento médico e 1,4% foram hospitalizadas em consequência da vitimação sofrida.
O ciúme (70,3%) foi a principal causa da violência seguida de problemas mentais do agressor (40,5%).
Mas, os dados revelam que os casos de violência surgiram também na sequência de problemas familiares do agressor (25,7%), da conduta da vítima (23%), da influência dos amigos (18,9%), do consumo de álcool ou de outras substâncias por parte do agressor (14,9%) e de dificuldades económicas de quem agrediu (13,5%).
O observatório revela ainda que 71 denúncias foram efetuadas por mulheres e três por homens.
Os crimes ocorreram em 51,4% dos casos no Porto e em 10% das situações nos distritos de Lisboa e Aveiro.
Segundo o estudo, 95,9% das vítimas são do sexo feminino e 91,9% dos agressores são do sexo masculino.
A média de idades das vítimas é de 21 anos e a dos agressores é de 23 anos.
Ainda segundo o observatório, 94,6% das vítimas são de nacionalidade portuguesa, 87,8% são heterossexuais e 66,2% são estudantes.
O local de maior incidência da violência é a casa (62,2%), seguido da rua (48,6%), da escola/faculdade (36,5%) e em 29,7% dos casos a violência foi praticada online.
As tipologias de violência mais prevalentes são a violência verbal (87,8%), seguida da violência psicológica (75,7%), do controlo (64,9%), da perseguição (35,1%), da violência social (32,4%) e, por fim, da violência física e sexual (27%).
Em 73% das situações denunciadas não foi apresentada queixa às autoridades competentes.
O ObVN é uma iniciativa da Associação Plano i no âmbito do Programa UNi+, financiado pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade (1.ª e 2.ª edições) e pelo Fundo Social Europeu no âmbito do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego POISE do Portugal 2020 (3.ª edição).
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