Os profissionais LGBTQIA+ revelam menos constrangimentos em abordar a sua orientação sexual e identidade de género em contexto laboral, o que demonstra um aumento da força da comunidade e uma maior sensibilidade da população em geral para a sua integração, especialmente por parte das gerações mais jovens, que se apresentam mais sensíveis à diversidade e inclusão. 44% das pessoas LGBTQIA+ em Portugal partilham a sua orientação sexual no trabalho, valor que representa uma melhoria de 3 pontos percentuais face a 2021.

Estes são dados da segunda edição do estudo “Diversity at Work” do ManpowerGroup, que conclui ainda que esta capacidade de abertura está também relacionada com a hierarquia da organização. São os profissionais em posições mais seniores os que mostram maior confiança em partilhar a sua orientação sexual ou identidade de género, com 67% das lideranças executivas a fazerem-no. Este valor relaciona-se ainda com a visibilidade das pessoas LGBTQIA+ em cargos de liderança, isto é, líderes que o comunicam abertamente e de forma visível a toda a empresa, e que atinge os 35% em Portugal, posicionando o país 12 pontos percentuais acima do registado em 2021.

No que respeita à confiança em partilhar a orientação sexual, seguem-se os profissionais em cargos mais juniores, com 57% a estarem disponíveis para se mostrarem abertamente nas suas empresas. Por outro lado, são as posições a meio da hierarquia as mais relutantes em fazê-lo, com 53% dos profissionais em cargos técnicos a revelarem essa confiança, face a 45% dos profissionais das lideranças intermédias.

“A inclusão e a diversidade são cada vez mais basilares e prioritárias para os profissionais, tanto em Portugal como globalmente, sendo ainda mais relevantes no que respeita ao bem-estar da comunidade LGBTQIA+ em ambiente laboral. Perante este contexto, é visível um maior otimismo no que toca à abertura desta comunidade nas empresas, com cada vez mais pessoas a assumirem a sua orientação sexual ou identidade de género às suas equipas e a encararem um futuro mais promissor nas organizações. Se a discriminação e a violência verbal parecem diminuir, também os profissionais, nomeadamente os mais jovens, esperam que as empresas estejam conscientes e assumam um papel mais ativo a nível de DEIB. Há, porém, ainda caminho a percorrer e a tarefa pendente passa pela efetiva implementação e difusão de políticas de inclusão nas empresas. Passar das palavras a atos que promovam o bem-estar dos profissionais e possam elevar, também, a produtividade e inovação em toda a estrutura”, explica Sónia Bento, People & Culture Manager do ManpowerGroup.

Metade dos profissionais aumenta a produtividade após partilhar orientação sexual

64% das pessoas LGBTQIA+ considera que a sua produtividade aumentou, após revelarem a sua orientação sexual ou identidade de género no seu trabalho. Este valor é ainda superior ao da média europeia, que se fixa nos 42%.

A abertura de cada profissional nesta matéria tem ainda impacto na inovação de toda a empresa. 8,5 em cada 10 de todos os profissionais acreditam que espaços de trabalho diversos, além de mais produtivos, promovem também a inovação e a geração de novas ideias, um resultado alinhado com o registado em 2021.