O salário médio anual em Portugal é 14 mil euros inferior à média da União Europeia (UE). Os dados divulgados pelo Eurostat no final de 2022 (referentes a 2021) colocam o nosso país no 17.º lugar da lista de remunerações brutas médias anuais da UE, com 19.301 euros.
Em último lugar surge a Bulgária, com 10.345 euros. Ou seja, Portugal está mais próximo dos valores praticados pelos países do fim da tabela do que dos números médios europeus: 33.511 euros.
Ainda assim, existem profissões que, em Portugal, recebem salários anuais bem acima da média da UE. Aliás, dois desses cargos têm até remunerações médias superiores às do país que lidera a tabela europeia: o Luxemburgo, com 72.247 euros.
Analisámos o Guia Hays 2023 para saber quais são as profissões que recebem melhores salários em início de carreira. A lista é dominada pelo setor das Tecnologias de Informação, mas é liderada pelo cargo de Business Unit Manager num departamento de marketing e vendas de empresas ligadas ao setor das ciências da vida.
10 profissões com melhores salários (média anual)
1. Business Unit Manager: 95.000 euros
Setor: Ciências da vida
2. CTO/CIO: 72.500 euros
Setor: Tecnologias de Informação
3. CFO: 71.250 euros
Setor: Contabilidade e Finanças
4. Technical Lead/Engineering Manager: 70.500 euros
Setor: Tecnologias de Informação
5. Cloud DevOps Engineer: 70.000 euros
Setor: Tecnologias de Informação
6. Diretor de Comunicação: 69.000 euros
Setor: Marketing, Comunicação e Comercial
7. Data & Analytics Manager/Architect: 67.500 euros
Setor: Tecnologias de Informação
8. Software Architect/Principal Enginneer: 65.000 euros
Setor: Tecnologias de Informação
9. Diretor-Geral: 64.000 euros
Setor: Indústria e Logística
10. Cloud Architect: 62.500 euros
Setor: Tecnologias de Informação
Ter um curso superior ainda compensa
De acordo com o relatório Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal 2023, elaborado pela Fundação José Neves, ter um curso superior ainda compensa na hora de receber o salário. No entanto, o ganho salarial dos jovens adultos (25-34 anos) com formação superior em relação aos que completaram, no máximo, o ensino secundário tem vindo a cair.
Se em 2011 a diferença salarial era de 51%, em 2022 ficou-se pelos 27%. Se olharmos para o salário bruto, vemos que a remuneração média dos jovens com curso superior caiu de 1.570 euros (2011) para 1.359 euros (2022). No caso dos jovens que não completaram o ensino superior, o salário também baixou, mas menos: de 920 euros para 918 euros.
Por fim, se analisarmos apenas os jovens que completaram algum nível de ensino superior, vemos que aqueles que têm mestrado recebem, em média, mais 19,3% do que aqueles com licenciatura (em 2011 era 10%).
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