Per Günter, um dos acionistas de uma conhecida empresa familiar ligada à indústria florestal, recorre aos serviços de Julia Stark, da Agência de Investigação Privada Stark. Na noite anterior, tivera lugar a assembleia geral da empresa, seguida de um faustoso jantar na propriedade da família. O pânico instala-se quando, na manhã seguinte, encontra no seu telemóvel a fotografia de um homem amarrado, ensanguentado e com um saco na cabeça. A mistura de álcool e medicamentos perturbou-lhe a memória e ele não sabe como a foto foi ali parar. Mas, sobretudo, não sabe se foi ele o responsável por tamanha violência, e é isso que Julia tem de descobrir antes de se chamar a polícia.
Para descobrirem tudo sobre aquele crime, a investigadora e o ex-marido – um agente policial que ela deseja secretamente recrutar para trabalhar consigo – são recebidos na sumptuosa mansão, privando com os diferentes membros da família de Per Günter. Entre eles está o responsável pelo homicídio e só o talento dedutivo de Julia poderá chegar à verdade.
Vou Encontrar a Chave é o primeiro livro de Alex Ahndoril, o novo pseudónimo de uma dupla de sucesso que os leitores portugueses tão bem conhecem como Lars Kepler.
Vou Encontrar a Chave
1
Julia não fazia ideia de que, muito em breve, estaria perante um enigma que exigiria o seu melhor, um caso que talvez não fosse capaz de resolver sem ajuda.
Encontrava-se sozinha, numa esplanada ao lado do mercado de Östermalm, num almoço tardio sob o sol de agosto. Uma trotinete elétrica atirada para o meio dos detritos debaixo de um caixote do lixo emitia um sinal de quando em quando.
Todas as manhãs, quando acabava de se maquilhar, Julia costumava inclinar-se para o espelho e cumprimentar serenamente a mãe. Tinha as suas sobrancelhas claras e os seus olhos verde-escuros e tristes. Os lábios eram carnudos e o nariz, reto. Quando o sol lhe atravessava os cabelos louros, eles adquiriam sempre um tom ligeiramente arruivado.
Na semana passada, Julia fez trinta e três anos, ultrapassando a idade da mãe. Tinha tirado folga e passado o dia sentada na cama, com as cortinas corridas, a ler um novo estudo americano sobre padrões de manchas e salpicos de sangue. Num dos casos descritos, uma bala dividira-se em dois devido ao impacto contra uma costela, provocando dois orifícios de saída.
Julia pediu ao estafeta para deixar as flores de Sidney no lado de fora e esperou que a porta da rua se fechasse de novo antes de recolher o ramo do patamar e de o pôr num vaso.
Sempre vinte e cinco rosas.
Isto deixou-a um pouco mais alegre, no entanto obrigou-se a não atender quando Sidney lhe telefonou à noite. Não queria começar a chorar, não queria pedir-lhe que viesse, pois tinha a certeza de que ele o faria. Viria reconfortá-la, como sempre fez. Porém, era insustentável suplicar por compaixão. Não era isso o que precisava dele. E compreendê-lo fora o seu verdadeiro presente de aniversário.
Agora tinha um plano, um objetivo.
Julia sabia que nunca recuperaria o amor de Sidney, mas agora tinha subitamente uma clara imagem interior de como, no futuro, começariam a trabalhar juntos, cada um sentado na sua secretária, a almoçarem os dois e a discutirem todas as missões ao pormenor pela noite dentro.
Um sem-abrigo, ao ficar com o seu transbordante carrinho de compras preso num andaime, pôs-se a murmurar para si mesmo e a gesticular nervosamente.
Julia prendeu uma mecha de cabelo para trás da orelha e continuou a comer, embora, na verdade, já se sentisse demasiado cheia. Pedira pregado cozido a vapor com molho holandês, espargos brancos e alcaparras picadas. A luz do sol atravessava o vinho de Sancerre fresco no interior do copo e deixava uma mancha luminosa na mesa.
Um avião sobrevoou Estocolmo. Julia pousou os talheres, tapou discretamente os ouvidos até o ruído desaparecer e obrigou-se a não erguer o olhar para os rastos de condensação no céu.
Esperou uns segundos, suspirou por causa do seu próprio comportamento, pegou no telemóvel e examinou a agenda da semana, com as reuniões de acompanhamento e o briefing de segurança com o Departamento de Física Espacial e de Plasmas do Instituto Real de Tecnologia.
Na mesa ao lado, sentavam-se dois homens na casa dos trinta com fatos justos e sapatos lustrosos, cada um com o seu copo de cerveja. Pelo canto do olho, Julia reparou que um deles estava constantemente a tentar que ela reparasse nele.
Guardou o telemóvel na mala, acenou ao empregado e, ao pagar a conta, o seu olhar cruzou-se por acaso com os olhos azul-claros do homem. Ele reteve-o e sorriu de forma tão travessa e sedutora que era impossível não devolver o sorriso.
Ela pegou na sua bengala prateada, que se encontrava encostada à outra cadeira, apoiou-se nela para se conseguir levantar e viu o homem corar e virar a cara.
Julia deixou a mesa e atravessou a praça até à Storgatan. Era bonita de certos ângulos, e acontecera-lhe inúmeras vezes alguém começar a fazer-lhe olhinhos, apenas para parar mal a luz mudava ou o cabelo lhe descobria a face.
Por vezes, Julia brincava com aquelas situações, porém, no seu íntimo, tinha sempre esperança de que alguém reagisse de forma um pouco diferente ao notar a bengala ou a cicatriz no seu rosto. Ainda era jovem e ia precisar de se apaixonar de novo.
Depois de se recompor durante um momento na sombra à frente da igreja, seguiu caminho até ao número 15 da Styrmansgatan.
Na porta, estava aparafusada uma placa de latão onde se lia «Agência de Investigação Privada Stark».
Julia encostou à parede a bengala feita especialmente para si. Com o seu punho ergonómico, fora forjada numa só peça em liga de titânio e depois munida, na extremidade inferior, de uma borracha preta amortecedora.
Ela tirou as chaves, abriu a porta, entrou e desligou o alarme. No espelho da entrada, a sua cicatriz parecia desenhada com uma caneta branca: uma linha que lhe atravessava uma das faces, desde a testa até à linha do queixo, passando pela ponta exterior da sobrancelha direita.
O ar mais fresco do interior do escritório cheirava a móveis de madeira antigos, livros e couro. Julia pousou a mala em cima da secretária, abriu a janela com pinázios que dava para o verdejante pátio interior, foi até à cozinha e fez um expresso duplo.
Chamara-se Julia Mendelson durante os sete anos em que havia sido casada com Sidney. Porém, depois do divórcio, retomou o apelido do pai, Stark, que remontava a um antepassado nascido em 1761, o soldado Lars Stark. No vazio deixado por Sid, e com o sentimento avassalador de que toda a sua vida era um erro, decidiu despedir-se do seu emprego como secretária do Tribunal de Estocolmo.
O trabalho no Palácio da Justiça levara-a a descobrir que tinha um dom para ler as pessoas. A cada julgamento a que assistia, sentia-se mais impaciente perante a incompetência dos tribunais em trazer a verdade ao de cima. A sua posição de secretária não lhe permitia levantar-se para tomar a palavra, embora tivesse compreendido o que sucedera e o motivo pelo qual o crime fora cometido.
A par de um pensamento lógico bem treinado, Julia possuía uma capacidade de concentração extrema em certas ocasiões. Quando isso acontecia, sentia que o tempo abrandava, como antes da morte e da eternidade – e, nesse momento específico, conseguia observar pormenores e expressões faciais que teriam escapado à maioria das outras pessoas.
Como é evidente, não se tratava de um dom sobrenatural, mas de uma capacidade associada à sensibilidade psíquica de Julia.
Há muito tempo, largos anos antes de ter sequer conhecido Sid, toda a sua existência se quebrara, estilhaçando-se como um copo de vinho contra um chão de pedra, e, quando os fragmentos foram unidos, não voltou a ser como antes. A maior parte das coisas piorara, mas nem todas, costumava ela dizer para si mesma. Este pensamento talvez fosse apenas uma tentativa de se reconfortar, de encontrar um sentido para o que não o tinha.
Ela dava-se bem como secretária, no entanto, depois do divórcio, começou a sonhar tornar-se comissária criminal na Polícia de Norrmalm, como Sidney, mas sabia que a Escola Superior de Polícia nunca a aceitaria. Ela tinha um corpo demasiado complicado e, por isso, abriu a sua própria empresa de investigação privada.
Os trabalhos mais comuns eram simples casos de infidelidade, verificações de antecedentes para cargos sensíveis, suspeitas de roubo em empresas – mas, por vezes, surgia um pedido que exigia toda a sua capacidade analítica.
Julia pegou na chávena de café e voltou para o escritório, lançando um olhar ao seu velho relógio riscado.
Ao longe, ouviu-se o matraquear de um martelo pneumático. Julia ligou o computador e ia sentar-se à secretária quando a campainha tocou. Olhou para a agenda. Não havia nenhuma reunião marcada para aquela hora. Ainda assim, agarrou na bengala, foi até à entrada e abriu a porta.
À espera no passeio estava um homem alto, na casa dos cinquenta, com o cabelo completamente branco. Vestia uma gabardine bege por cima de um blazer azul-marinho, calças de fato claras e sapatos castanhos.
– Olá, o meu nome é Per Günter Mott… Não tenho uma marcação, mas… pensei que…
Calou-se e passou uma mão trémula pela cabeça.
– Como posso ajudá-lo? – perguntou Julia.
– Estou a considerar contratá-la para…
– Entre, Per Günter.
– Trate-me por PG.
– Pode pendurar aqui o casaco.
Julia desviou-se para o deixar passar. Tinha problemas com todo o tipo de toque, e o contacto com pele nua podia causar-lhe um ataque de pânico.
O homem transpôs a soleira da porta, olhou em volta e depois despiu o sobretudo fino. Era magro e havia nele uma certa fragilidade infantil, como se ainda não tivesse tomado consciência do seu próprio envelhecimento.
Julia conduziu-o ao escritório e convidou-o a sentar-se no sofá.
Ele tinha o blazer amarrotado nas costas, como se tivesse estado sentado várias horas num comboio ou num automóvel.
– Quer um café? Chá? Água? – ofereceu ela.
– Estou bem assim, obrigado.
– Se mudar de ideias, é só dizer.
Julia viu o olhar do homem vaguear pela sala enquanto organizava as ideias para falar daquilo que o trazia ali.
– Antes de ir ao assunto, tenho de saber se está obrigada ao sigilo profissional – declarou, respirando fundo.
– Garanto-lhe discrição total independentemente de me contratar ou não.
– Então não pode contar a ninguém o que eu lhe disser ou mostrar?
– Não.
Ele tamborilou brevemente no braço do sofá.
– Nem sequer à polícia?
– Não, nem sequer à polícia – respondeu ela calmamente.
2
Julia foi buscar a caneta e o bloco de notas à secretária e sentou-se na poltrona em frente ao homem. A testa dele começara a brilhar de suor, e ela viu que a mão que se deslocou até ao bolso interior do blazer tremia.
– OK, veja esta foto – disse ele, pousando o telemóvel na mesa diante dela.
Quando Julia lhe pegou e olhou para uma fotografia tirada às 23h25 da noite anterior, o corpo do homem foi percorrido por um nervosismo palpável.
O telemóvel estava configurado de modo a não se poder ver onde fora tirada a fotografia.
O flash iluminava um homem sentando num chão de cimento, encolhido contra uma parede de tijolo despida e com as mãos atadas no colo. A camisa axadrezada arregaçara-se sobre a barriga saliente e as calças estavam amarrotadas nas virilhas. Um saco de serapilheira escondia-lhe a cabeça. Um dos lados do saco estava ensopado em sangue, que escorrera pelo peito e pelo ventre do homem, e por entre as suas pernas afastadas. Uma grande poça escura estendia-se no chão por baixo dele. Como a imagem estava ligeiramente desfocada, era difícil determinar se o sangue já tinha começado a coagular.
– Ontem, encontrei essa foto entre as que tenho no meu telemóvel – contou PG. – Não sei como é que foi aí parar… é por isso que aqui estou, meti-me no carro e vim direto para cá, não podia ficar simplesmente sentado em casa com…
A voz quebrou, ele engoliu em seco e limpou o suor do lábio superior.
– Quem é o homem? – interrogou Julia.
– Não sei, nem quero conjeturar, não estou a perceber nada disto – respondeu ele, apertando as mãos uma na outra com força.
– Não faz ideia nenhuma? A fotografia foi tirada ontem, pouco antes da meia-noite.
O rosto de PG estava pálido e atormentado.
– Eu… É assim, eu às vezes bebo… e às vezes bebo um bocadinho de mais.
– OK.
– Tanto que fico com lacunas de memória, várias horas desaparecem.
– E isso aconteceu ontem?
– Talvez por eu ter tomado cinquenta miligramas de Atarax ao almoço, o que é muito estúpido se se estiver a beber álcool… mas não aguento as assembleias gerais da nossa empresa – retorquiu Per Günter Mott, esfregando os nós dos dedos na face. – Seja como for… como deve compreender, tenho medo de ter sido eu a ferir esse homem.
– Costuma ser violento, PG?
– Não, acho que não… Quer dizer, tenho uma série de defeitos, cometo uma data de erros, mas não sou violento, nunca o fui até agora, que eu saiba.
– Há algum indício de que tenha ferido este homem? – perguntou ela.
– Como assim?
– Manchas de sangue… marcas no seu corpo em consequência de uma luta, roupas rasgadas.
– Não, nada desse tipo, mas… quer dizer, a fotografia é minha, está no meu telemóvel… Mostrei-a à minha mulher e ela disse que eu devia ir imediatamente à polícia… Talvez seja o mais correto, mas, em vez disso, vim para aqui… Gostaria de a contratar e esperar pelo resultado da sua investigação antes de decidir o que fazer.
Julia sentiu um formigueiro na barriga num momento de imponderabilidade. O seu coração bateu mais depressa. Ela baixou o olhar para o relógio que pertencera ao pai, viu o reflexo do candeeiro de teto no vidro riscado e o ponteiro dos segundos a abrandar.
Tic… tic… tic.
O ponteiro moveu-se cada vez mais devagar até parar e ficar a estremecer. A sua sombra estendia-se como um fio cinzento sobre o mostrador, subindo diagonalmente em direção ao nove romano.
Ela ergueu o olhar com lentidão e viu o seu futuro cliente através das partículas de pó que pairavam no ar. As rugas horizontais na testa dele acentuaram-se. O cabelo branco era curto e estava penteado com risca ao lado. Sob um dos olhos, distinguia-se uma nódoa negra amarelada, como se tivesse esfregado o olho com demasiada força. O queixo tremeu quase impercetivelmente quando ele cerrou os lábios para aparentar serenidade.
– Que pensa fazer? – ouviu-se perguntar.
– A minha mulher ficou muito chocada quando lhe mostrei a foto… Ela sabe que eu não seria capaz de matar outro ser humano, é simplesmente impossível.
– Pois – murmurou Julia, pensando no tom resignado da última frase.
– Se descobrir que fui eu que feri o homem, aceitarei o meu castigo – afirmou, olhando para o pulso esquerdo.
Ela seguiu o olhar dele, viu os dois tendões paralelos delinearem-se, as veias azuis transparecerem sob a pele pálida, e perguntou-se se ele não estaria a ponderar suicidar-se caso fosse culpado.
– O seu castigo? – repetiu ela.
O corpo tornou-se-lhe de novo pesado e o ponteiro dos segundos começou a avançar. Ele puxou a manga da camisa um pouco para baixo e olhou para Julia.
– Sim, é assim que penso… mas ao mesmo tempo, não quero ser castigado pelo crime de outra pessoa… Foi por isso que não fui logo à polícia… Pertenço a uma família bastante conhecida, pelo menos em Sundsvall e na indústria de base florestal… Somos antigos magnatas da madeira, proprietários de Mannheim.
– Já ouvi falar – disse ela.
– Pois, é…
Julia abriu a mala e calçou as finas luvas de pele, pois percebeu que ele mal iria olhar para o contrato que em breve havia de lhe entregar. PG assiná-lo-ia sem pensar duas vezes e depois ia querer apertar-lhe a mão. Era, evidentemente, um empresário habituado a fechar negócios depressa, que não suportava ter aquela espada de Dâmocles suspensa sobre a sua cabeça.
– Veio de Sundsvall até aqui só para me contratar – declarou ela devagar.
– Li sobre o caso dos meninos de porcelana.
– OK.
Dois anos antes, Julia resolveu um caso que fez correr muita tinta. Depois disso, começaram a aparecer em grande número trabalhos bem pagos e prestigiosos. Isso fez com que pudesse pagar a si própria um bom salário, e não tardou a mudar-se do seu T1 em Farsta para aquela excelente localização no centro de Estocolmo. Pediu um empréstimo ao banco e comprou o escritório e a respetiva parte habitacional com uma entrada própria a partir das escadas comuns.
– Uma última pergunta só para que eu compreenda um pouco melhor – disse ela. – Onde é que guardou o telemóvel esta noite?
– Tinha-me esquecido dele na sala de jantar. Ontem à noite, demos um grande jantar para todos os sócios.
– E acha que outra pessoa o pode ter usado?
– Espero bem que sim – respondeu PG, cautelosamente.
– É que não é preciso o código de um telemóvel para tirar uma fotografia – esclareceu Julia.
– Foi precisamente o que a minha mulher tentou dizer-me – declarou ele, acenando com a cabeça.
– Tem alguma ideia sobre que tipo de investigação gostaria que eu fizesse?
– Se se trata de um homicídio, tenho de descobrir quem é o assassino, mesmo que venha a provar-se que sou eu… Mas além disso, preciso de saber porque é que a foto está no meu telemóvel.
– Compreendo.
– Como é óbvio, espero estar inocente, e que tudo não passe de um equívoco… e é claro que espero que a pessoa na fotografia não seja alguém que eu conheça… mas tenho de saber o que é que se passa aqui.
– Quer que eu descubra a verdade – concluiu Julia, vendo-o cerrar o maxilar por um instante.
Ela levantou-se, foi até à secretária, tirou um contrato da gaveta, colocou-o dentro de uma pasta de plástico com o logótipo da empresa num canto e pousou-a à frente dele.
– Este é o meu contrato standard. Sugiro-lhe que o leia e volte cá se quiser que eu inicie uma investigação.
– Não preciso de o ler – retorquiu ele, depois tirou uma caneta, folheou o contrato até à última página e assinou-o. – Isto não pode esperar, gostaria que viesse a Mannheim já amanhã se for possível.
– Amanhã?
– Sim, por favor… se for possível – reiterou.
– Vou tentar.
– Todos os que se encontravam presentes no jantar estarão lá.
– Nesse caso, gostaria de começar por falar separadamente com cada um deles – declarou Julia.
– Perfeito.
Ele voltou a enfiar a caneta no bolso do blazer, levantou-se do sofá e depois estendeu a mão a Julia.
Créditos da imagem de abertura do artigo atribuídos a Rosemellierose.
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