À primeira vista, parece um galho de uma árvore, devido ao seu revestimento castanho escuro, quase preto, irregular e rugoso. Mas, depois de descascada, o recheio esbranquiçado da salsifi assemelha-se à pastinaca, à cherovia ou a uma prima pálida da cenoura. Há quem equipare o seu paladar ao da ostra, o que não deixa de ser curioso, uma raiz saber a mar. A sua textura não difere, no entanto, muito da alcachofra, outro dos vegetais que muitos portugueses ignoram.

Este conjunto de características, que alicia um número crescente de chefs, de gastrónomos e de cozinheiros amadores, permite criar e guarnecer uma grande variedade de pratos, como é o caso de cremes, de sopas, de purés e de guisados. No "Dicionário prático da cozinha portuguesa", publicado pela editora Marcador, Virgílio Nogueiro Gomes escreve que "tanto acompanha salgados como pode ser cristalizada com açúcar" e que "também serve para rebuçados".

Além da sua morfologia curiosa e do seu sabor interessante, o facto de possuir um teor calórico baixo torna a salsifi apelativa para os consumidores preocupados em perder ou manter o peso. De acordo com o site da DECO Proteste, revista da associação portuguesa que defende os direitos dos consumidores, "é uma excelente fonte de fibra e pobre em sódio". Pela sua composição, fornecem ainda potássio, cálcio, ferro e magnésio, além de vitaminas B6, B2 e C.

Todavia, segundo aquela plataforma online, esta raiz acarreta uma desvantagem desagradável para o próprio e terceiros. "Pode causar flatulência", adverte este organismo. No momento de ir às compras, escolha salsifis que estejam firmes e que sejam pequenas ou médias em tamanho, uma vez que os exemplares muito grandes têm uma textura demasiado fibrosa. Muitos aconselham a conservá-las dentro de um saco de plástico, no frigorífico, até uma semana.