Uma das minhas mais recentes paixões no mundo das plantas são as tillandsias. Desde cedo, via varandas, estendais e até árvores, em aldeias e cidades, com tufos de pequenas folhas compridas e, intrigado, sempre me perguntei como é que estas conseguiam sobreviver sem estar num vaso e sem substrato. Apenas penduradas ou fixadas em troncos. Foi em 2019, quando fui conhecer a casa de um amigo, que me deparei, pela primeira vez, com estas plantas incríveis penduradas no chuveiro.
Curioso, perguntei onde as tinha encontrado e dias depois tinha nas minhas mãos estas pequenas beldades. Comecei a pesquisar e a estudar um pouco mais sobre as plantas aéreas, neste caso as tillandsias, quando me apercebi da enorme quantidade de variedades que existe. Fiquei também a saber que davam flor. Com o tempo, comecei a adquirir mais exemplares e fui aumentando a coleção. Ao início, as tillandsias podem parecer um bicho de sete cabeças, mas são muito fáceis de cuidar.
Não precisam de substrato e, com os cuidados certos, podem durar muitos anos. Para além disso, no nosso país, algumas variedades podem até ser cultivadas no exterior. As tillandsias são plantas epífitas, plantas aéreas, originárias da América Central e da América do Sul. Pertencem à família das bromélias e nascem em cima de galhos, de pedras e de outros lugares onde se conseguem agarrar. São de crescimento lento. São plantas que dependem de água e nutrientes vindos do ar mas, ao contrário de outras variedades botânicas que crescem em cima de árvores, estas não são plantas parasitas. Não recorrem a outras para se alimentarem.
O melhor local para as tillandsias é ao ar livre e muitas delas, à semelhança de outras espécies vegetais, adaptam-se perfeitamente ao nosso clima. No entanto, nos dias de hoje, o mais comum é serem usadas dentro de casa. Estas são plantas que gostam de uma boa circulação de ar. Gostam de muita claridade mas deve, no entanto, ser evitada a luz solar direta. Podem ser colocadas em troncos, penduradas em paredes e até mesmo noutros suportes, como os de macramé, muito em voga atualmente.
Como regar e fertilizar as tillandsias
Apesar de exigirem poucos cuidados, não podem ser abandonadas à sua sorte. Relativamente à rega, basta borrifá-las, pelo menos, uma vez por semana. Nas estações do ano mais quentes, aconselho a borrifá-las, pelo menos, duas vezes por semana ou, então, a mergulhar as plantas em água durante pelo menos uma hora. É importante que a rega seja feita com água da chuva ou com água destilada. Esta água pode ser depois utilizada para regar outras plantas, evitando assim o desperdício.
É importante que, após a rega, as plantas sejam cuidadosamente sacudidas para evitar excesso de água que tende a acumular-se entre as folhas, o que pode levar ao apodrecimento das mesmas, isto se o método usado for o de imersão. Deve ser usado um adubo líquido foliar com regularidade. Basta seguir as instruções do fabricante para o aplicar convenientemente. Estas variedades botânicas podem ser adubadas uma vez por mês. Havendo estes cuidados, as tillandsias acabam por dar flor mas, com a floração, o seu ciclo de vida termina. No entanto, sendo uma planta saudável, vai criar novos rebentos e estes serão a próxima geração.
Depois de surgirem, esses novos rebentos podem ser mantidos todos juntos ou podem ser separados e originar, assim, posteriormente, novas mudas. Nos tempos que correm, já se conseguem encontrar facilmente estas plantas em hortos, em lojas de comércio eletrónico e, melhor ainda, se tivermos essa sorte, podemos pedir a um vizinho que tenha uma quantidade generosa de tillandsias no estendal. São plantas incríveis que acabam por trazer mais beleza aos nossos jardins e às nossas casas.
Texto: Diogo Duarte
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