Outrora fabricado nas mais remotas províncias montanhosas, do sul e sudoeste da China, o livro de múltiplas caixas zhen xian bao servia inicialmente para transportar utensílios de costura (sobretudo linhas e fios), moldes e padrões de papel, e mais tarde, fotografias de família e outros documentos ligados a memórias pessoais.

Era usualmente feito com papéis reciclados, apresentando-se no formato de livro, fechado por um fio preso a uma capa de tecido. Uma vez aberto, compunha-se de um número variável de caixas de papel, de diferentes dimensões, que se sobrepunham, comprimiam, abriam e fechavam através de engenhosos processos de dobragem.

No dia 9, o workshop "Construção de um livro chinês ‘zhen xian bao" apresenta a cultura, paisagem e motivos ornamentais usados pelas minorias étnicas, mestres nesta arte ancestral, para desafiar os participantes à construção do seu próprio exemplar.

No sábado, 16 de outubro, apresenta-se a técnica Chine Collé, um processo de gravura que visa embutir papéis finos, tradicionalmente importados da China, Índia e Japão, em impressões através da força da prensa. O workshop começa por expor vários exemplos, bem como teoria de apoio e o enquadramento histórico da gravura para, de seguida, executar várias impressões, com papéis à escolha dos participantes.

Muito diferente da pintura ocidental, a pintura chinesa não pretende criar uma cópia fiel da realidade, mas sim representar a essência das coisas, procurar os traços mais característicos do modelo, sem entrar no pormenor.

É a esta arte que se dedica o workshop de iniciação à pintura chinesa, que se realiza em duas sessões nos dias 30 de outubro e 6 de novembro, com o objetivo de divulgar os materiais e as técnicas específicas, os traços essenciais (e a forma de os executar) desta expressão artística.