Mudar de casa, fazer obras, receber heranças ou, simplesmente, precisar de espaço. Numa altura em que viver em casas pequenas ou partilhadas são a melhor solução para muitas famílias portuguesas, serviços de self-storage, em português auto armazenamento, ganham relevância no mercado.

Mas mais do que disponibilizar um espaço para pessoas ou empresas guardarem os seus pertences de forma segura, estas soluções, por vezes, confortam quem ainda não está preparado para se desfazer de um objeto, coleção ou móvel. Através da entrevista a Albano Costa Lobo, descobrimos mais sobre este universo e o lado emocional que tantas vezes está escondido dentro de uma caixa.

Um serviço que até pode salvar casamentos

Na Control Space, há de tudo um pouco: móveis herdados, coleções que marcam uma fase da vida, caixas que guardam memórias de uma casa, de um casamento ou de uma infância. Conforme Albano explica ao SAPO Lifestyle, há quem recorra aos mini armazéns porque gosta de renovar o armário ou decoração da casa conforme a estação e aqueles que querem guardar variadíssimas coisas.

"Por trás destes mini armazéns está mesmo a vida das pessoas", partilha, acrescentando que "quando não há espaço dentro das próprias casas, ou até mesmo havendo não queremos deixar essas coisas em casa, recorremos a soluções como a nossa".

"Normalmente, quando vêm [clientes] ter connosco ou estão em momentos sensíveis ou um bocadinho stressantes", realça o cofundador, enumerando com exemplos que vão de obras com atraso em casa, mudança para uma habitação mais pequena, divórcio ou a morte de alguém que nos é próximo ou temos uma relação familiar.

"Pelo menos que nós saibamos, há coisas que nunca voltam a sair", conta Albano. "Sabem que está lá, que está guardado, num sítio bem ventilado e que as coisas estão seguras", menciona ainda. "Isso também dá um certo alívio".

"Muitas vezes, estas coisas são de tal maneira sentimentais que as pessoas, inclusive, estão dispostas a pagar um bocadinho mais para garantirem que as coisas ficam absolutamente impecáveis", refere o responsável.

Assim não é de estranhar que muitos alugueres, se tornem rendas permanentes, para a vida toda. "Há pessoas que ficam períodos muitos curtos, outras que ficam para sempre", confirma o entrevistado.

"Nós temos um cliente que diz que nós lhe salvamos casamento, porque ele era viciado em livros", conta o empresário. "A mulher já não aguentava os livros dele e não sei o que mais… Ele já me disse: nunca mais me vou embora".

Como escolher um espaço de self-storage?

A Control Space foi pioneira em Portugal na introdução de armazéns climatizados, um fator que pode ser decisivo para quem guarda objetos sensíveis, como móveis antigos, bebidas ou obras de arte.

Ainda assim, Albano defende que a localização e a conveniência continuam a ser os principais critérios.

Segurança, limpeza, digitalização e apoio ao cliente também são fatores a ter em conta. “Acreditamos que teres pessoas com quem podes falar também é importante”, sublinha.

Crescimento a todo o vapor

A Control Space nasceu há três anos com uma visão ambiciosa. "Vivi muitos anos fora, em países como a China, Espanha e Inglaterra", conta o cofundador. "Isso dá-te uma grande abertura e faz com que olhes para fora e digas: se há este tipo de soluções lá fora, por que não em Portugal?"

Atualmente, a empresa já conta com cinco armazéns em funcionamento, o mais recente no Porto. Em breve, o número vai crescer. "Vamos abrir no Montijo, na zona de Gaia, em Sintra-Cascais e no Taguspark. Continuamos a procurar novas localizações e a achar que há aqui muito crescimento".

Apesar de ainda ser um conceito relativamente novo para muitos portugueses, a Control Space quer torná-lo familiar e acessível. O processo de aluguer pode ser 100% autónomo ou com ajuda da equipa. "Se as pessoas quiserem, podem sempre falar connosco. Estamos disponíveis das 9h às 19h, todos os dias".