A história, insólita, está a ser divulgada pelo jornal Tribune de Genève. Um empreendedor kosovar, que foi condenado a sete anos de prisão na Suíça por tentativa de homicídio em 2012, cumpriu apenas oito meses de detenção e conseguiu autorização de um juiz para ir de férias. Aproveitou o verão para ir visitar a família no país de origem, beneficiando de um tratamento de exceção que está a suscitar dúvidas e a gerar críticas.
O empresário de 51 anos é um dos quatro implicados num caso que fez correr tinta há cinco anos e que envolve um banqueiro disposto a livrar-se da mulher para se apoderar da sua herança. A sua identidade não foi divulgada mas sabe-se que, desde o início do processo, por ter colaborado com as investigações das autoridades policiais e judiciais, o cidadão do Kosovo conseguiu livrar-se do encarceramento.
Foi posto em liberdade menos de um ano após a prisão, apesar de um magistrado de acusação já ter solicitado a sua detenção por quatro vezes no âmbito dos dois processos judiciais em que esteve envolvido. Em julho, quando atravessava o mar Adriático de barco a caminho da Albânia, soube pela imprensa que corre o risco de ser novamente acusado numa nova audiência do tribunal federal suíço.
«[Este tribunal] está convencido que os juízes cantonais foram demasiado brandos com os implicados. Um terceiro julgamento deve ter lugar muito em breve», refere o órgão de comunicação social suíço. O último mandato contra o empresário foi emitido a 27 de julho. No regresso à Suíça, no passado dia 21 de agosto, o cidadão kosovar apresentou-se na delegação do palácio de justiça da região onde habitualmente reside.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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