A rainha de Inglaterra, Camilla Parker Bowles, foi vítima de uma tentativa de abuso sexual quando era adolescente.

A revelação foi feita em 2008 a Boris Johnson na Clarence House após este ter sido eleito presidente da câmara de Londres.

Esta informação consta no livro 'Power and the Palace: The Inside Story of the Monarchy and 10 Downing Street', que estará à venda a 11 de setembro e que foi escrita pelo jornalista e antigo correspondente real Valentine Low.

Como tudo aconteceu

A rainha tinha 16 ou 17 anos e estava dentro de um comboio com direção a Paddington (uma estação de Londres) quando um homem mais velho a tentou atacar. Camilla defendeu-se com um salto alto.

No excerto do livro, que foi publicado no jornal 'The Times' este domingo, pode ler-se:

"A Camilla estava num comboio a ir para Paddington - tinha uns 16, 17 anos - e um homem estava a tentar tocar-lhe", começa por revelar a obra.

De seguida, Boris Johnson perguntou-lhe o que ela fez para o impedir. "Fiz o que a minha mãe me ensinou. Tirei o sapato e dei uma pancada na área íntima dele com o calcanhar".

"Ela estava tão segura de si que, quando chegaram a Paddington, denunciou o homem e ele foi preso", é ainda relatado no livro.

Valentine Low obteve esta informação através de Guto Harri, ex-diretor de comunicação de Downing Street, que lhe contou o teor desta conversa entre Camilla e Boris Johnson.

Harri revelou também que entre os dois existe uma boa relação e que "se davam muito bem".

Camilla é ativista contra a violência doméstica e abuso sexual

A mulher de Carlos III já fez várias campanhas de alerta e consciencialização contra a violência doméstica e o abuso sexual e presta ainda apoio às vítimas de agressão sexual.

No site da casa real pode ler-se sobre a importância que este tema tem para a monarca.

"A Rainha tem trabalhado para dar voz às organizações que apoiam vítimas de violação e abuso sexual há mais de dez anos, realizando inúmeras visitas para aprender mais sobre as questões, conhecer sobreviventes e destacar a inestimável contribuição das pessoas e organizações que trabalham nessa área".

No site é ainda referido que, em 2013, Camilla, então Duquesa da Cornualha, organizou uma reunião com organizações para serem discutidos vários assuntos sobre o abuso sexual.

Aliás, foi ainda a rainha que iniciou o projeto 'Wash Bags' (malas de limpeza, em tradução livre), onde era providenciados às vítimas de abuso sexual produtos de higiene após o exame forense, de forma a dar algum conforto a essas mulheres.


© Site Casa Real britânica

O apoio de Camilla a Gisèle Pelicot

Um dos casos mais mediáticos foi o de Gisèle Pelicot, a mulher que foi vítima do próprio marido que a drogava e convidava estranhos a irem à casa do casal onde estes a violavam. Este abuso durou várias décadas.

Perante esta história, Camilla mostrou-se "tremendamente afetada". A mulher de Carlos III decidiu, desta forma, enviar uma carta a Pelicot onde expressou a sua admiração e respeito pela coragem e forma como esta lidou com o caso.