Juan Carlos I vai ser ilibado de qualquer responsabilidade penal. Segundo o jornal espanhol El Confidencial, o inquérito contra o rei emérito espanhol, que está a ser investigado por corrupção e branqueamento de capitais pelas autoridades do país vizinho, será arquivado nas próximas semanas, sem qualquer penalização para o monarca. De acordo com a publicação, que cita fontes judiciais, Juan Carlos I ainda não tinha abdicado no ano em que é suspeito de ter cometido os crimes de que é indiciado.
O antigo soberano, que reinou entre 1975 e 2014, ano em que abdicou a favor do filho, Filipe VI, goza, assim, da prerrogativa constitucional da inviolabilidade, uma condição que, segundo a imprensa do país vizinho, inviabiliza a acusação. Documentos analisados pelos investigadores que conduzem o inquérito sugerem que Juan Carlos estará envolvido na gestão de uma empresa offshore, o que lhe terá permitido ocultar cerca de 64,8 milhões de euros, para além de ter alegadamente cobrado comissões pela construção de uma linha ferroviária de alta velocidade. Apesar dos indícios, o rei emérito de 82 anos deverá escapar ao julgamento.
O ex-governante viu-se forçado a abandonar Espanha no início de agosto para não manchar (mais) a monarquia espanhola nem prejudicar a governação do filho, refugiando-se nos Emirados Árabes Unidos, onde se encontra exilado, mas o arquivamento da investigação agora noticiado pela imprensa promete reacender a polémica. "Os que têm menos de 40 anos só me recordarão pela Corinna, pelo elefante e pelas malas", lamentou o monarca a um amigo dias antes de embarcar para o exílio.
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