Ganhou a décima-primeira edição do concurso musical "The voice of Poland" em 2020. A vitória abriu-lhe, pouco depois, portas para o festival de canções que seleciona o representante da Polónia no Festival Eurovisão da Canção, competição que também venceu. "River", a canção que cocompôs em parceria com Ashley Hicklin, Adam Wisniewski e Mikolaj Trybulec, é uma das favoritas da edição deste ano. Em entrevista exclusiva ao Broader/SAPO Lifestyle, Ochman explica como é que tem vivido esta aventura.

É um dos favoritos da edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção. Como é que tem sido viver esta experiência?

Tenho vivido as coisas com tranquilidade. Aceitei entrar numa competição como esta. Os ensaios e as entrevistas fazem parte. Encaro isto como mais um trabalho. A minha profissão é atuar num palco, é o que estou a fazer aqui e isso é que é o mais importante para mim.

Não importo com as abordagens nem com o assédio dos fãs porque são coisas que fazem parte da profissão. Sinto-me muito grato por ter havido tanta gente na Polónia a querer que eu os representasse. E sinto-me um sortudo por poder fazê-lo. Estou a tentar aproveitar ao máximo esta experiência enquanto ela dura.

Para muitos artistas em competição, participar neste festival era um sonho de infância. Também é o seu caso?

Não, não era. É um sonho que só tem dois anos. Só em 2020 é que eu comecei a acompanhar o festival. Eu nasci e cresci nos EUA e estava um bocadinho alheado do que se passava na Europa em termos musicais. Acho que é um espetáculo fantástico e estou muito contente por poder fazer parte dele...

Alguns artistas queixam-se de que participar no Festival Eurovisão da Canção é uma experiência extenuante. Depois de tantos ensaios e de tantas entrevistas, já começa a acusar o cansaço?

Tudo isso faz parte do trabalho. Não vale a pena estar-me aqui a queixar. Sinto-me cansado mas ainda sou muito novo. Ainda tenho muita energia. Adoro o que faço. Por isso, não tenho o direito de me queixar.

A canção que defende, "River", ocupa atualmente o sétimo lugar no ranking das principais casas de apostas. Já esteve numa posição mais alta mas, nos últimos dias, desceu ligeiramente...

A minha canção é um pouco triste. Mas é uma boa canção...

E o que é que pensa das canções dos seus adversários?

Há canções das quais gosto muito. Muitas delas já estão nas minhas listas de reprodução. Adoro "Brividi" [canção que representa a Itália] e "Not the same" [canção que representa a Austrália]. Também gosto muito de "Stefania" [canção que representa a Ucrânia]. Também tenho ouvido muito "Space man" [canção que representa o Reino Unido]. Sinto que todos os países , este ano, têm algo de bom a oferecer...

É o favorito de Sheldon Riley. Foi o representante australiano que o assumiu publicamente na entrevista exclusiva que concedeu ao Broader/SAPO Lifestyle...

A sério? Tenho de lhe enviar uma mensagem... Nós já falámos na possibilidade de colaborarmos. Com os Kalush Orchestra [grupo que representa a Ucrânia] também. Até já lhes enviei uma maquete. Depois da Eurovisão, é capaz de surgir uma canção nossa. Também seria interessante colaborar com o Michael Ben David [representante de Israel]. A parte boa das colaborações é que nos permitem explorar diferentes estilos musicais.

Alguma vez esteve em Portugal?

Não. Adoraria ir a Portugal mas tenho prometido ir a tantos países nas últimas semanas... [risos] Há uns anos atrás, por acaso, esteve quase a acontecer. Estive de férias em Espanha e, na altura, falámos na possibilidade de darmos um salto a Portugal mas, infelizmente, isso acabou por não acontecer.

Independentemente do resultado que conseguir, já tem planos para depois do eurofestival?

Sim, tenho concertos agendados. Estou também a trabalhar no meu segundo álbum. Ainda há muita coisa por fazer. Vou também lançar um novo EP, logo após a semifinal desta noite.

Ochman
Ochman, no palco da Eurovisão, fotografado por Andres Putting