Se está grávida ou se acaba de ser mãe, poderá querer saber qual a sua vulnerabilidade ao novo coronavírus e a probabilidade de o transmitir ao bebé, ainda para mais numa altura em que o regresso à suposta normalidade gera novos desafios e suscita ainda mais interrogações. O fim do isolamento social não significa o término do surto pandémico, pelo que os gestos preventivos vão ter, segundo a Direção-Geral da Saúde, de continuar a fazer parte do novo quotidiano. As respostas a cinco dúvidas (muito) comuns.

1. As grávidas são mais suscetíveis à infeção pelo novo coronavírus?

Esta é uma das muitas interrogações que surgiram desde o início. Nos trabalhos científicos publicados, não existe a confirmação de uma maior suscetibilidade de mulheres grávidas à COVID-19. No entanto, sabe-se que as grávidas sofrem alterações imunológicas e fisiológicas que as podem tornar mais suscetíveis a infeções respiratórias virais, incluindo a COVID-19, pelo que não devem descurar o uso de máscara, a lavagem das mãos e a distância de segurança.

2. As grávidas correm mais riscos se tiverem COVID-19?

Durante a gravidez, as mulheres podem estar em maior risco de doença grave, morbilidade ou mortalidade em comparação com a população em geral, tal como observado em casos de outras infeções relacionadas com coronavírus, incluindo o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave SARS-CoV e o da síndrome respiratória do Médio Oriente, o MERS- CoV, para além de outras infeções respiratórias virais, como a gripe, o vírus influenza.

3. Que cuidados é que as grávidas devem ter para evitar o novo coronavírus?

As mulheres grávidas devem empenhar-se em ações preventivas habituais para evitar infeções. Além de lavarem as mãos frequentemente, devem evitar o contacto com pessoas doentes e/ou com casos suspeitos que estejam sob vigilância, tal como também sucedia na fase inicial do surto pandémico. Devem, igualmente, respeitar a distância mínima recomendada em relação às outras pessoas, que, segundo os especialistas, não deve ser inferior a dois metros.

4. O bebé corre maior risco de complicações nesta fase?

Com base num número limitado de casos reportados desde o início do surto, foram observadas complicações em bebés nascidos de mães infetadas com COVID-19 durante a gravidez. Foram, por exemplo, registados casos de parto prematuro. No entanto, segundo a Direção-Geral da Saúde, não é claro que essas complicações estejam relacionadas com a infeção materna.

E, neste momento, o risco de complicações nas crianças ainda não é totalmente conhecido. Tendo em conta que os dados disponíveis relativamente à COVID-19 durante a gravidez são limitados, o conhecimento das complicações relacionadas com outras infeções respiratórias virais pode fornecer algumas informações.

Por exemplo, outras infeções virais respiratórias que ocorrem durante a gravidez, como a gripe, têm sido associadas a complicações neonatais, incluindo baixo peso ao nascer e prematuridade, como têm apontando inúmeros especialistas. Mulheres com outras infeções por coronavírus durante a gravidez têm tido bebés prematuros e/ou pequenos para a idade gestacional.

5. A mãe pode transmitir a doença ao bebé durante a amamentação?

A transmissão de pessoa a pessoa por contacto próximo com um infetado com COVID-19 confirmado ocorre principalmente através de gotículas respiratórias produzidas quando uma pessoa com infeção tosse ou espirra. Em séries limitadas de casos relatados até ao momento, não foi encontrada evidência de vírus no leite materno de mulheres com COVID-19. Não há informação disponível sobre a transmissão do vírus que causa a COVID-19 através do leite materno.

A comunidade científica ainda não conseguiu apurar se o vírus infeccioso está presente no leite materno de uma mulher infetada. Em relatos limitados de mulheres lactantes infetadas com SARS-CoV, o vírus não foi detetado no leite. No entanto, foram detetados em pelo menos uma amostra de anticorpos contra SARS-CoV, noticiou a imprensa internacional nos primeiros meses de 2020. Para esclarecer outras questões em relação à gravidez e à COVID-19, leia também este artigo da Prevenir.