Os números foram avançados pelo Centro de Controlo de Deslocamentos Internos (IDMC, na sigla em inglês), no mesmo dia em que a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) assinala 30 anos da sua adoção pelas Nações Unidas.
Entre os cerca de 17 milhões de menores deslocados internos no mundo, forçados a fugir das respetivas casas por causa de guerras ou outras crises mas que ainda permanecem nos respetivos países, cinco milhões têm menos de 5 anos de idade, segundo os mesmos dados desta organização com sede em Genebra.
Metade do total das crianças deslocadas internas estão na região da África subsaariana, sendo que a Síria é o país mais afetado por esta questão, com 2,2 milhões de menores deslocados internamente.
República Democrática do Congo, Colômbia, Somália, Afeganistão, Nigéria, Iémen e Etiópia são os outros países que ultrapassam a fasquia de um milhão de menores deslocados internos, indicaram os mesmos dados.
Perante tais números, “qualquer tentativa de abordar e prevenir o deslocamento interno deveria concentrar-se nas crianças e, no entanto, muitas vezes são invisíveis na altura de recolher dados e no debate político sobre este problema”, afirmou a diretora do IDMC, Alexandra Bilak.
A organização destacou que os deslocamentos internos afetam a segurança, a saúde e a educação das crianças envolvidas, lembrando um estudo recente conduzido em campos de refugiados na Etiópia, onde os professores revelaram que os alunos apresentavam traumas psicológicos, atitudes agressivas e sinais de stress.
O IDMC mencionou ainda que os menores deslocados internos “correm um risco particularmente alto de sofrerem abusos, de serem esquecidos, de contraírem doenças e de caírem na pobreza”.
Como tal, apelou Alexandra Bilak, estas crianças “precisam de um apoio especial por parte dos Governos”.
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