Para ajudar as famílias e as empresas afetadas, Gita Gopinath preconizou ajudas diretas e medidas de alívio fiscal.
Num texto divulgado pelo FMI, Gopinath sublinhou a importância de apoiar a economia durante a epidemia para manter "intacta a rede de relações económicas e financeiras entre trabalhadores e empresas, entre credores e devedores, entre fornecedores e utilizadores para permitir uma recuperação quando a epidemia desaparecer".
A economista refere que o desafio é "impedir que uma crise temporária cause danos irreparáveis a pessoas e empresas devido a perdas de empregos e falências".
Os custos humanos do coronavírus aumentaram "a um ritmo alarmante", notou, acrescentando que o impacto económico é "já visível" nos países mais afetados.
Apontando o exemplo da China, Gopinath observou que se a baixa da produção é comparável à que foi registada no início da crise financeira mundial, em 2008, a diminuição no setor dos serviços "parece desta vez mais significativa".
Gita Gopinath assinalou também que a economia tem-se ressentido dos esforços para conter a propagação da doença através de períodos de quarentena.
Do lado da procura, a perda de rendimentos, o medo do contágio e a intensificação da incerteza vai levar a uma diminuição dos gastos das famílias.
"Pode haver despedimento de trabalhadores dado que as empresas não podem pagar os salários. Os efeitos podem ser particularmente graves em determinados setores, como o turismo e a hotelaria, como se tem visto no caso de Itália", exemplificou.
"Os decisores devem adotar medidas importantes de ordem orçamental, monetária e financeira para ajudar as famílias e as empresas atingidas", defendeu.
Desde que a epidemia de Covid-19 começou, em dezembro na China, foram registados 110.564 casos de infeção em cerca de 100 países e territórios e já morreram mais de 3.800 pessoas.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus.
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