“Hoje temos esta boa notícia de termos conseguido o número mais elevado dos últimos 25 anos de candidatos ao ensino superior – mais 11 mil estudantes relativamente a 2019 – mas temos de fazer um esforço coletivo para que todos possam prosseguir os estudos”, disse o ministro.
Manuel Heitor falava em conferência de imprensa, realizada na Reitoria da Universidade do Porto, para analisar a primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, a que se candidataram 62.675 estudantes.
Segundo o Ministério do Ensino Superior candidataram-se 62.675 estudantes à 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior público no ano letivo de 2020-2021, representando um aumento de 11.384 candidatos face a 2019 (quando se tinham candidatado 51.291 estudantes até igual momento, tendo sido consideradas 51.036 candidaturas como válidas).
São números que, segundo Manuel Heitor, representam “uma consciência crescente de que as qualificações superiores são um passaporte para a empregabilidade e para a vida ativa”.
“É um bom resultado que agora deverá evoluir, neste processo de concurso nacional de acesso que tem mais duas fazes. Além disso, há outras formas de ingresso no ensino superior, nomeadamente, as formações curtas e do ensino politécnico e privado, que estão ainda em processo de candidaturas. Temos até novembro um processo longo de trabalho até as colocações serem concluídas”, disse.
Considerou que “o esforço de apreender compensa”, lembrando que “o salário médio nacional dos que têm qualificações de um grau de ensino superior é cerca do dobro dos que não têm”.
“Se este ano letivo que acabou, tivemos metade dos jovens com 20 anos a estudar no ensino superior, o que nos enche de orgulho - 40% em 2015 e 30% no ano 2000- , sabemos que não é suficiente. Por isso, temos uma meta clara de nos próximos anos vir a atingir 60% dos jovens de 20 anos no ensino superior, que é o nível de participação nas regiões mais desenvolvidas da Europa”, sublinhou.
Em seu entender, “a pandemia trouxe a todos essa noção de que é preciso aprender mais, abrir novas fronteiras do conhecimento”.
“Claramente que as orientações que foram articuladas entre a Direção-Geral de Saúde e a Direção-Geral do Ensino Superior são muitas claras. O objetivo é termos um ensino presencial, objetivo esse que tem de ser cumprido, tem de ser feito com muita responsabilidade e com muito realismo e, por isso, as normas são claras, sobretudo, quanto ao uso obrigatório de máscara e às medidas de distanciamento físico”, disse.
Frisou que é, sobretudo, nas zonas de convívio e zonas livre que “é preciso insistir para garantir as condições de distanciamento físico”.
“Uma coisa é certa, temos de ser realistas, porque não há qualquer sociedade que evolua sem aprender e, por isso, temos também que saber viver e conviver com a pandemia, garantindo a aprendizagem a todos os jovens e adultos. Os sistema de aprendizagem têm de ter uma interação presencial entre estudantes, docentes e investigadores”, acrescentou.
Sobre as propinas, o ministro disse que o valor para o próximo ano letivo está fixado, assim como os valores dos apoios sociais aos estudantes.
“Este aumento do número de candidatos vai certamente exigir o reforço da ação social escolar e estamos a trabalhar em sede do Governo para garantir que todos aqueles que tem média para aceder ao ensino superior o possam fazer”, afirmou.
A tutela estima que o número de novos ingressos no ensino superior “em todos os ciclos de estudos, públicos e privados, atinja cerca de 90 mil novos estudantes matriculados no próximo ano letivo de 2020/21”, contra 84 mil no ano passado.
Estes dados incluem o CNA que, segundo o ministério, representa cerca de dois terços dos ingressos, outras formas de entrada no sistema público, formações curtas (cursos técnicos superiores profissionais) e sistema privado.
Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso serão divulgados em 28 de setembro, no sítio da Direção-Geral do Ensino Superior, podendo ainda ser consultados através da aplicação ES Acesso, refere a tutela.
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