Famílias excessivamente centradas nas crianças criam pais ansiosos, exaustos e demasiado exigentes e filhos ditadores e solitários. A conclusão é de um artigo do site Yourmodernfamily.com, que reúne opiniões e trabalhos de diversos meios especializados em educação e relacionamento parental.

Segundo o artigo, estamos a cometer um grande erro ao sacrificar tanto as nossas vidas por causa dos nossos filhos.

Criámos famílias centradas na vida das crianças; elas têm prioridade sobre o nosso tempo, a nossa energia e toda a nossa atenção. Em vez de deixá-las divertirem-se, arranjamos maneira de lhes facilitar todo e qualquer tipo de divertimento, fazendo com que desliguem a criatividade e a resistência ao vazio.

A psicóloga Jennifer Harstein aconselha os pais a deixarem os miúdos desenvencilharem-se, literalmente. "As crianças e os adolescentes são bastante resilientes e engenhosos quando lhes é dada essa possibilidade", defende Harstein, acrescentando: "Infelizmente, na maior parte das vezes, os pais têm medo de soltar mais as rédeas e deixá-los aprender por si próprios". A psicóloga defende a urgência de mudar este padrão dos pais.

Conselhos da especialista para ajudar os miúdos a ganharem asas:

1. É mais fácil deixá-los falhar enquanto são novos.

Como não estudar e depois ter más notas – do que vê-los falhar na idade adulta, quando podem perder o emprego ou ficar sem casa.

2. Ponha-os a brincar com outras crianças.

Centenas de estudos comprovam que conviver presencialmente com outras pessoas é uma fonte de bem-estar e um forte antídoto para problemas de saúde mental. O excesso de tempo passado nas redes sociais pode criar uma imagem errada dos outros: «A realidade virtual distorce os factos fazendo crer que outros têm uma vida mais feliz e mais bem-sucedida; isso desencadeia a inveja», revela um estudo do American Journal of Preventive Medicine.

3. Deixe-os perder.

O fracasso aumenta a resiliência. Crianças que não foram habituadas a enfrentar contrariedades têm menos domínio sobre os imprevistos. Explique que nada se consegue sem esforço e que o maior troféu é alcançar uma meta que traçámos para nós mesmos.

4. Pare de inventar prémios e estímulos.

Precisamos que os nossos filhos aprendam a fazer as coisas sem reclamar e sem receber recompensas. O chefe, os colegas de trabalho, o marido ou a mulher não vão ser tão compreensivos como os pais, certo? No futuro, esses miúdos não receberão um prémio porque cumprem o horário de trabalho ou ajudam um amigo a resolver um problema.