A boa notícia é que as brigas podem ser diminuídas se estivermos dispostos a dar alguns passos importantes.

1. Tome medidas imediatas quando a discussão/luta ocorre

Separe as crianças antes que a discussão ou luta piore. Dê um “time-out” (tempo de pausa, para acalmar, refletir) a cada criança, se possível, cada uma no seu espaço, longe uma da outra. Quando estiverem mais calmas, fale com elas e explique-lhes que nem as discussões, nem as lutas são aceitáveis, nem são a solução para a resolução dos problemas e que devemos ser respeitadores e educados uns com os outros.

2. Fale com cada criança, separadamente

Fale com cada criança sobre o que aconteceu. Oiça o que cada uma tem para dizer, qual o motivo que deu origem ao início da discussão ou luta (inveja, stress, zanga, etc...). Quando as crianças falam, tenha em consideração o ponto de vista de cada uma. Mesmo que não concorde com o que elas dizem, mostre empatia com os seus sentimentos.

3. Ensine às crianças o significado de empatia

Partilhe com as crianças como é difícil para si vê-los zangados ou a discutir. Pergunte-lhes "como achas que o teu irmão/irmã se sente quando lutam ou discutem?” Ou, se por exemplo, a criança bateu noutra, "como te sentirias se alguém te fizesse isso?". Certifique-se de que a criança compreende e ajude-a a lidar com a situação, "o que poderias fazer para resolver a situação?". De seguida, oriente a criança para pedir desculpa.

4. Faça reuniões de família

As reuniões de família podem ser uma boa forma de lidar com as discussões, lutas e outros temas complicados. Junte todos os elementos da família quando estiverem calmos. Comece as reuniões mostrando aos seus filhos o quanto os ama. Depois diga-lhes que, para terem uma “casa pacífica” é muito importante para si que não existam discussões ou lutas e que as mesmas não são permitidas. Pergunte-lhes, “o que podemos fazer para resolver este problema?”, dando-lhes a oportunidade de participarem na resolução do mesmo. Pergunte-lhes, também, se haverá alguma coisa que possa fazer para ajudar a reduzir os conflitos que estão surgindo entre eles.

5. Dê aos seus filhos ideias/estratégias para se acalmarem

Deixe os seus filhos tomarem conhecimento que todos nós nos zangamos e ficamos aborrecidos por vezes, mas o mais importante é saber lidar com esses sentimentos de forma positiva. Em conjunto com as crianças, faça uma lista de ações que as ajude a acalmar. Partilhamos consigo algumas sugestões:

- ir para outra sala/espaço;

- apertar uma bola de stress;

- lavar a cara;

- mexer na plasticina/pasta de moldar;

- beber um copo de água;

- inspirar e expirar cinco vezes lentamente;

- abraçar um peluche;

- escrever uma carta com os seus sentimentos e de seguida deitá-la fora;

- fazer algum exercício físico; 

- ir para o exterior, respirar fundo e correr um pouco;

- desenhar ou rabiscar.

6. Tente motivar os seus filhos para a resolução dos problemas

 “Apanhe” os seus filhos no ato de resolver os seus problemas. Demonstre que está orgulhoso deles, que sabe que conseguem “acalmar-se” por iniciativa própria e resolverem os seus problemas pacificamente através do compromisso. Pergunte-lhes como se sentem quando resolvem os seus problemas de forma positiva. Esta motivação reforça bons comportamentos e ajuda as crianças a serem capazes de fazer uma autorreflexão que lhes permitirá tomar a atitude mais acertada numa futura situação idêntica.

7. Dê modelos de comportamentos positivos

Proporcione modelos de interações positivas e de estratégias de resolução de conflitos. As crianças aprendem através da observação dos comportamentos dos outros. Relembre-se que o que nós fazemos, provavelmente é o que as nossas crianças farão. Nós, pais/educadores, somos os modelos mais influentes que os filhos têm.

8. Limite a exposição à violência nos meios de comunicação

De acordo com um estudo realizado por especialistas sobre os efeitos dos programas violentos de televisão, filmes, videojogos e música, há evidências claras que a violência dos meios de comunicação aumenta a probabilidade de um comportamento agressivo e violento. Por este motivo, é importante ter conhecimento e assistir a programas, jogos e vídeos que os nossos filhos desejam ver e limitar a quantidade de conteúdo violento a que estão expostos.

9. Passe tempo com os seus filhos

Proporcione pelo menos 15 minutos do seu tempo sem interrupções com cada um dos seus filhos todos os dias, se possível. Se tornar este período de tempo um hábito, comprometendo-se completamente, isto é, sem distrações, irá proporcionar um ambiente familiar onde as crianças se sentem amadas e valorizadas. Isso também lhe dará a oportunidade de aprender sobre os problemas que os seus filhos enfrentam e ajudá-los a encontrar soluções para evitar discussões e lutas em casa.

10. Se as crianças continuarem a lutar ou a discutir é importante que se questione: 

- Existe alguma questão subjacente que não tenha sido abordada? Se sim, o que poderá ser?

- Existe um padrão para as lutas ou discussões? Existem circunstâncias específicas que estão a despoletar este género de reações? Se sim, o que pode ser feito para mudar isso?

- Os pais estão a reagir de igual forma às lutas e/ou discussões dos filhos? É importante que estejam em sintonia no momento da resolução.

- As crianças estão a usar a situação como forma de provocação para com o adulto? Se sim, nesse caso, deve expressar o seu desagrado e assumir posições firmes sobre esses comportamentos/atitudes. Seja coerente com as decisões que comunica, não ceda e certifique-se que as consequências são cumpridas até ao fim.

Se já tentou todas as técnicas com as quais está familiarizado e as lutas e ou discussões continuam, a ajuda de um profissional especializado pode ser a melhor solução. Procure um técnico especializado para obter mais informações.

Artigo adaptado do livro “NoKiddingAboutBullying”.

Artigo publicado por SEI - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM