É rara a semana em que não são divulgados novos estudos sobre os comportamentos sexuais da população mundial. Uma investigação norte-americana levada a cabo pela Society for Sex Therapy and Research (SSTAR) assegura que uma relação sexual de três a sete minutos é satisfatória e que uma que dure entre sete e treze é mais do que suficiente. Há quem goste de mais e quem se contente com menos.
Independentemente das suas preferências, estas são, segundo Marta Crawford, autora de livros como "Viver o sexo com prazer" e "Diário sexual e conjugal de um casal", algumas das estratégias que deve adotar para sentir mais prazer:
1. Faça do jantar um momento íntimo
Tire maior partido desta refeição. "O hábito de comer à mesa é muito importante, pois é o momento em que nos desligamos um pouco dos acontecimentos do dia. É um momento em que se conversa sobre o que se passou durante o dia. Um momento de partilha. Criar uma rotina positiva a este nível, comer um com o outro, conversar, olhar olho no olho, faz com que haja maior intimidade", explica Marta Crawford, sexóloga.
Existirem momentos, fora do quarto, em que o casal sente como sendo de prazer, de bem-estar, faz com que se sinta mais próximo, podendo, depois, desenvolver-se com maior facilidade momentos de maior intimidade no resto da noite. A especialista sugere que se "defina uma hora para jantar. Partilhe a tarefa de pôr a mesa, para não comer com o tabuleiro em cima dos joelhos, e jante sem televisão, sem iPad nem computador. Partilhe também a tarefa de fazer o jantar", recomenda.
2. Vá para a cama sem gadgets
Quando existe uma fonte de distração tecnológica no quarto, o casal "pode até estar a dois, um ao lado do outro, mas a tecnologia vence sempre nessa relação triangular, pois o casal não está propriamente numa relação íntima. Sem esses estímulos externos, ficam, necessariamente, obrigados a comunicar um com o outro, a relacionar-se, tendo mais tempo para a relação, o que é uma vantagem", lembra a médica.
As recomendações não se ficam, todavia, por aqui. Deixe, portanto, o telemóvel ou o tablet fora do quarto e, "se tem televisão no quarto, acredite que retirá-la de lá pode mudar a sua vida sexual para muito melhor", garante a especialista.
3. Adie a penetração
Invista nos preliminares. "Só cerca de 30% das mulheres tem orgasmo através da penetração, a grande maioria atinge-o através da estimulação sensorial, sexo oral ou masturbação. O sexo para as mulheres é muito mais do que penetração, a estimulação do clítoris é fundamental, tal como para o homem é o pénis. Para se ter um bom orgasmo é preciso ter tempo para aproveitar a relação, observar o outro, conversar e partilhar", afirma a sexóloga.
"E ter tempo para fazer sexo traduz-se também em maior satisfação sexual", realça ainda a especialista. Marta Crawford aconselha que o casal faça festas um ao outro em todo o corpo sem tocar nos genitais, espicace o desejo sem pressas de avançar para uma estimulação sexual logo de início. "Depois, avancem quando sentirem que o corpo implora por mais", remata ainda.
4. Pense mais em sexo
Há quem se queixe que o parceiro pensa demasiado em sexo mas também há quem se queixe do contrário. "Esta é uma área que as mulheres deveriam trabalhar mais", defende a especialista. "Favorece a vontade de estar sexualmente com o outro", assegura ainda Marta Crawford. Deixamos-lhe, de seguida, algumas imagens inspiradoras.
5. Toque-se
Muitas vezes, amaldiçoada e incompreendida, a masturbação ensina-nos a sentir prazer sexual e a explicar o que mais gostamos. "Primeiro, temos de conhecer bem o nosso corpo e depois é que o partilhamos com o outro", refere a sexóloga, autora de livros como "Sexo sem tabus", "Viver o sexo com prazer" e "Diário sexual e conjugal de um casal", publicados pela editora A Esfera dos Livros.
6. Beije mais
Deixar de beijar é sinal de alarme. Quando, num casal, este gesto perde significância, é porque algo está mal. Beije e junte ao beijo o olhar. Esse envolvimento «cria intimidade e pode ser positivo para conseguir conversar sobre o que não está a correr bem», assegura Marta Crawford, presença habitual nos ecrãs de televisão.
Texto: Catarina Caldeira Baguinho com Marta Crawford (sexóloga)
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