Quando o interior dos braços começa a descolar-se dos músculos e a perder firmeza, o seu corpo adquire um aspeto envelhecido, sobretudo quando usa fato de banho, tops, t-shirts ou camisolas de manga curta, alturas em que o problema é mais visível. A cirurgia estética pode ajudá-la a recuperar o contorno corporal. Depois dos 30 anos, são muitas as mulheres que se deparam com um problema estético de longa duração. O contorno das suas extremidades perdeu a forma.
Para Serafim Ribeirinho Soares, cirurgião plástico, "a partir desta idade, se existir localmente um excesso adiposo, a forma ideal desaparece, dando origem a uma ptose", adverte. À medida que o tempo passa, essas zonas têm tendência a manifestar depósitos de gordura inestéticos e flacidez da pele, concentrados nas partes laterais, traseiras e internas das coxas. Esta perda de firmeza, para além de alguma predisposição genética, resulta de uma acumulação de gordura.
Essa situação verifica-se, em primeiro lugar, devido ao passar dos anos devido à perda de fibras elásticas que se verifica e, depois, ao estiramento provocado pelo aumento e consequente excesso de peso. Se um dia, ao espelho, reparar que o perímetro dos seus braços aumentou com uma visível perda de tónus muscular, saiba que é possível eliminar esses excessos e recuperar o contorno da sua forma, passando por uma sala de operações. "Se houver um aumento de pele, a solução não está na lipoescultura mas, sim, num lifting", afirma. "Deve fazer-se uma lipoescultura ou lipoaspiração isolada se a doente tiver um excesso adiposo moderado e apresentar uma pele consistente", explica.
O lifting braquial é uma intervenção estética destinada a corrigir a flacidez e a acumulação de gordura na parte interna dos braços através da eliminação dos tecidos em excesso. A braquioplastia, por outro lado, "consiste na remodelação da forma do braço, que pode ser feita apenas com exérese [extração] de pele em excesso, com lipoaspiração ou com duas cirurgias combinadas", escarece ainda o reputado cirurgião plástico Serafim Ribeirinho Soares.
Qualquer uma destas intervenções pode ser executada com anestesia local, sedação ou anestesia geral, dependendo de cada paciente. "No caso do lifting braquial, a incisão pode ser feita ao longo do braço, na união da face interna com a posterior, para ficar menos visível", explica o especialista português. "Em caso de pequenos excessos de pele, a incisão da epiderme pode ser feita transversalmente [no interior da axila]", esclarece ainda Serafim Ribeirinho Soares.
Como se processa a intervenção
O comprimento da incisão depende da quantidade de pele a retirar. No fim da intervenção cirúrgica, a doente deve usar umas mangas compressivas até retirar os pontos e, depois desta data, deve continuar a usá-las para a cicatriz não aumentar, como costumam avisar os cirurgiões. "Eu aconselho às minhas pacientes o uso destas mangas o mais tempo possível e, se necessário, colocar pensos de silicone nas cicatrizes", assume Serafim Ribeirinho Soares.
Quando a doente que pretende realizar esta intervenção cirúrgica apresenta um braço com excesso adiposo, "propomos a braquioplastia que consiste, em primeiro lugar, numa lipoaspiração da região, no uso das mangas de contenção e na espera pelo efeito retráctil da lipoaspiração sobre a pele", revela o cirurgião plástico. Nestes casos, normalmente, passados três meses, os especialistas realizam um lifting braquial para remover o excesso de epiderme.
"Com estas duas intervenções, em dois tempos separados, corrigimos a deformação com cicatrizes mais pequenas", reforça Serafim Ribeirinho Soares. Ainda que nem todos os pacientes padeçam das mesmas complicações, é importante que a pessoa que se vai submeter a esta intervenção tenha consciência, durante a consulta preparatória, dos benefícios e riscos da cirurgia. Cabe, por isso, ao médico informar atempadamente os pacientes que o procuram.
As contraindicações e os cuidados no pós-operatório
As contraindicações existem. "Podem surgir todas as complicações de outra cirurgia qualquer", refere. "No entanto, as mais prováveis são um hematoma, uma infecção, um edema mais duradouro e uma cicatriz hipertrófica ou alargada", explica Serafim Ribeirinho Soares. "Devo dizer que estas complicações são, por norma, extremamente raras e um cirurgião atento pode resolvê-las sem daí resultarem sequelas para a paciente", acrescenta ainda o especialista.
Para além disso, podem existir áreas de pele com sensibilidade diminuída causada pelo descolamento dos retalhos de pele. Mas "geralmente, estes sintomas desaparecem com o tempo", assegura o cirurgião plástico português. Imediatamente depois da cirurgia, podem ocorrer alguns sintomas e incómodos típicos, bem como pequenas complicações. Pode haver algum incómodo nos dois a três dias após a cirurgia. O período tem outras condicionantes.
Nessa fase, o paciente deverá evitar esforços, para não submeter as suturas a nenhuma tensão. O médico aplica no pós-operatório uma manga compressiva para as extremidades superiores que só deverá ser retirada quando os pontos forem extraídos. O paciente deverá, ainda, evitar pesos e movimentos bruscos com os braços nos primeiros sete dias. Quanto menor for a tração sobre a cicatriz, menor será o seu alargamento, assegura o especialista.
Também deve evitar molhar o curativo enquanto tiver suturas. "Se o trabalho não obrigar a movimentar demasiadamente os braços, o doente poderá retomar a sua vida profissional no dia seguinte", informa. "Se a sua atividade profissional for considerada pesada, necessitará de mais algum tempo, que está relacionado com o esforço e com o caso particular da doente", indica ainda o reputado cirurgião plástico. Uma semana depois da intervenção, poderá fazer uma vida normal, evitando esforços na zona. Pode vir a ter sensações estranhas na pele e no edema, que diminuirão, contudo, alguns dias depois.
Depois da intervenção, deverá tomar medicação, que costuma incluir um antibiótico e um analgésico, prescrita pelo seu cirurgião. O resultado definitivo do lifting não será visível até seis meses depois da cirurgia, pelo que o melhor é mentalizar-se deste pormenor desde o início e refrear os ânimos. Este é o período standard para a acomodação dos tecidos e amadurecimento da cicatriz. Contudo, depende sempre do paciente e da sua capacidade de recuperação.
"Tal como muitas e, outras cirurgias estéticas, quando bem indicadas e bem executadas, trazem muita qualidade de vida às mulheres que delas necessitam", afirma. O paciente não se deve expor ao sol até que as cicatrizes estejam estabilizadas e não se apresentem completamente brancas. O preço deste tipo de intervenção depende muito da quantidade de pele que deve ser retirada e do tipo de anestesia que possa ser utilizada. Mas, em média, ronda os 5.000 euros.
A clínica Artlaser, no Porto, é, à semelhança da Clínica de Todos-os-Santos, em Lisboa, um dos locais que realizam esta intervenção. Na capital, o lifting braquial também é realizado no Hospital St. Louis, na Clínica Atlanta, na Clínica Biscaia Fraga. O Centro Hospitalar de São Francisco, na Quinta do Cabeço, em Leiria é outra das unidades que o fazem, tal como a Uniplástica, Clínica de Cirurgia Reconstrutiva e Estética, em Braga e Vila Nova de Famalicão.
Comentários