Foi um desfile repleto de celebridades, com toques britânicos, como uma recepção no encerramento que não é comum no mundo da moda parisiense.

A top model americana Bella Hadid desfilou com um vestido verde ajustado à cintura e grandes ombreiras, com luvas pretas longas. A sua irmã Gigi usava um conjunto preto, com a jaqueta aberta sobre o corpo nu, enquanto a italiana Vittoria Ceretti exibiu um vestido marinho com enfeites em formato de coração.

A coleção mostrou-se clássica, sem grandes riscos, mas cheia de feminilidade e sensualidade. Ao estilo de Victoria Beckham, que já mostrou que dá cartas no mundo da moda.

O desfile aconteceu em Val de Grace, antiga abadia e hospital militar transformado em museu. O vestido de Victoria, justo e preto, bem como suas botas, realçavam a magreza da estilista. "Londres desembarca em Paris, cool!", ouvia-se entre os convidados, enquanto Victoria posava com o filho Brooklyn e a nora Nicola Peltz.

A filha de Victoria e David, Harper, usava um vestido preto decotado com bordados e ténis.

Saltos altos e cores primaveris

No seu primeiro desfile na capital francesa, Victoria apostou nos saltos altos, cortes sugestivos, transparências e looks ajustados. A coleção primavera-verão apresentou tons de azul, rosa e lilás, além do preto característico da estilista.

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Lançada em 2008, a marca Victoria Beckham desfilou desde o seu início em Nova Iorque e Londres.

Aos 48 anos, Victoria Beckham tem 30 milhões de seguidores no Instagram. Na opinião do especialista francês Benjamin Simmenauer, professor do Instituto da Moda francês, a passagem por Paris ajuda a "validar as marcas que têm uma verdadeira identidade criativa". Esse é o caso de outras marcas britânicas, como Vivienne Westwood e Stella McCartney, bem como das grandes empresas japonesas. Para Victoria Beckham, chegar a Paris é um momento histórico na sua carreira.

Para dar novo fôlego à marca, Victoria Beckham optou por recrutar dois grandes talentos franceses: Ralph Toledano, ex-diretor da Federação de Alta-Costura e Moda de Paris, e Marie Leblanc de Reynies, ex-chefe de vendas da loja de departamentos parisiense Printemps.

"Victoria não pertence ao mundo da moda. Ela lançou-se no mercado e, em determinado momento, percebeu que precisava de uma estrutura, uma organização que desse um pouco de ordem à empresa, e é isso que temos feitos nos últimos quatro anos", explicou Toledano à AFP.

A linha de cosméticos da estilista, lançada em 2019, ajudou a reduzir os prejuízos, e a equipa espera sair do vermelho em poucos meses.

Victoria também conta com a VB Body, linha de moda íntima sensual. "Definimos uma estratégia, combinamos duas linhas de prêt-à-porter, encontramos um bom equilíbrio entre preços e custos. Agora é o momento de jogar na primeira divisão", comentou Toledano.