O polvo à lagareiro, assado no forno e regado abundantemente com azeite quente, é uma especialidade gastronómica muito apreciada. Há também quem o asse com batata-doce, em vez da habitual batata a murro. Na realidade, opções não faltam. Apesar de ser mais servido com vinhos brancos, este molusco com tentáculos, muito comum na nossa costa, também pode ser harmonizado com tintos e até com rosés. Estes são alguns dos néctares que garantem uma maridagem perfeita.
1. Quinta Vale D. Maria Douro Tinto 2018
O ano 2018 foi um ano atípico na viticultura, em comparação com os cinco anos anteriores. O inverno foi frio e seco e a primavera fresca com chuva intensa. O verão dividiu-se em dois períodos. O primeiro foi frio e chuvoso e o segundo, mais tarde, quente e extremamente seco. Este fenómeno provocou um atraso na floração. No entanto, devido às chuvas, a vinha foi capaz de recolher um nível de água suficiente para florescer, refletindo-se esse esforço na uva.
Um dos vinhos desse ano é o Quinta Vale D. Maria Douro Tinto 2018, um blend de 41 castas onde se misturam o Rufete, a Tinta Amarela, a Tinta Francisca, o Sousão, a Touriga Franca, a Tinta Roriz e muitas outras típicas do Douro, todas elas procedentes dos 10 hectares de vinhas velhas originais da Quinta Vale D. Maria, em Sarzedinho, em Ervedosa do Douro. Suculento em boca, é equilibrado e fresco, com notas de amora, framboesa e cereja.
2. Niepoort Redoma Branco 2020
É elaborado com uvas provenientes de vinhas velhas da margem direita do rio Douro, localizadas a uma altitude que varia entre os 400 e 600 metros, onde predominam maioritariamente as castas Rabigato, Códega do Larinho, Viosinho, Donzelinho e Gouveio. Os solos de micaxisto desta região dão origem a vinhos com muita mineralidade, delicados e com grande frescura, como é o caso deste.
No nariz, é delicado, com notas florais, de citrinos e frutos do pomar a misturarem-se com nuances herbáceas e de avelã, aromas que lhe conferem (maior) complexidade e caráter. Na boca, tem uma acidez e uma estrutura leve. O fim de boca é seco e picante. É um branco consensual, extremamente equilibrado e com potencial de envelhecimento, que também pode servir com marisco.
3. Duorum Colheita Tinto
Não se escandalize por lhe sugerirmos um vinho tinto para acompanhar um prato de polvo. Em várias partes do mundo, já são muitos os escanções que o recomendam. Com uma cor vermelha profunda, marcada por tonalidades violeta, este vinho da João Portugal Ramos distingue-se pelo aroma intenso, fresco e complexo, dominado pelos frutos maduros.
Para além de ameixa e groselheira-negra, destacam-se também alguns aromas florais a violeta e aromas terciários provenientes da sua elevage em barrica. Este vinho possui taninos firmes e maduros e uma acidez equilibrada. Devido ao grande volume e ao grande corpo, o final é longo e elegante. Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz são as castas usadas.
4. Meio Queijo Branco 2019
Com a cor de um limão pálido, foi feito com uvas vindimadas nas vinhas altas que a Churchill's, uma produtora vitivinícola portuguesa familiar, que trabalha apenas com castas autóctones da região do Douro, possui na sub-região do Cima Corgo. No nariz, é intenso, com aromas de manjericão e nuances de resina e de pimenta-branca. No palato, apresenta-se equilibrado e estruturado, com bom volume e uma refrescante acidez natural. Na sua composição leva 70% de Viosinho e 30% de Rabigato.
5. Terra D'Alter Reserva Branco 2019
Siria, Arinto, Verdelho e Viognier foram as castas selecionadas para a produção deste vinho alentejano, que apresenta notas intensas a fruta madura e a toranja. Para além dos aromas minerais, elogiam-lhe o paladar a pêssego e a pele de damasco. Na boca, é marcado por uma grande riqueza, resultante do estágio prolongado em barrica, em contacto com borras finas. Também o pode saborear com vieiras, robalos, camarões e até com galinhas do campo.
6. LouCa Tinto 2017
Produzido na região do Alentejo, é outro dos tintos que pode servir com pratos de polvo no forno, como é o caso do polvo à lagareiro. Elaborado com Alicante Bouschet e Trincadeira, castas de uvas que foram vindimadas manualmente, estagiou durante 19 meses em barricas de carvalho francês de 500 litros, novas e usadas, sob a supervisão do enólogo Luís Louro, na Adega do Monte Branco, em Estremoz. Deve servi-lo a uma temperatura entre os 12º C e os 16º C.
7. Vidigueira Grande Escolha Branco 2020
Depois de analisados os excelentes vinhos obtidos das castas Antão Vaz e Perrum, escolheram-se os melhores para estagiar em barricas novas de carvalho francês. O resultado é o Vidigueira Grande Escolha Branco 2020, um néctar delicadamente frutado, com notas de baunilha provenientes do contacto com a madeira. Encorpado e fresco, apresenta-se equilibrado e complexo, evidenciando sabores de mel e frutos secos. O final é longo e elegante.
8. 2PR Colheita Branco 2019
Elaborado com uvas provenientes de uma vinha nova plantada em altitude, de baixa produção, é produzido unicamente com Viosinho, Gouveio e Rabigato, as castas autóctones mais recomendadas na região do Douro para produção de vinhos brancos. Extremamente perfumado, apresenta um aroma mais intenso a fruta branca e um mais ligeiro a flor de laranjeira. Na boca, é envolvente, com uma boa frescura no palato. Deve ser servido entre os 10º C e os 12º C.
9. Douro DOC Branco 2020
É um dos vinhos da Quinta da Boeira, uma quinta construída por Manuel da Rocha Romariz, um emigrante que regressou do Brasil no início do século XIX e que, mais tarde, produziu e vendeu vinho do Porto. Hoje, está na posse de um grupo de uma dezena de empresários, que se juntaram para preservar a propriedade, que também inclui um hotel de cinco estrelas.
Produzido com quatro castas, Malvasia Fina, Rabigato, Gouveio e Fernão Pires, o Douro DOC Branco 2020 apresenta uma cor pálida citrina e brilhante. Para além de um aroma a maçã verde, a maracujá e a flores brancas, este vinho elegante destaca-se pela acidez equilibrada no palato e por uma sensação envolvente de mineralidade que agrada a quem o prova.
10. Manoella Branco 2019
É um dos vinhos produzidos por Sandra Tavares da Silva e Jorge Serôdio Borges, o casal de empresários vitivinícolas que fundou a Wine & Soul, em 2001. Fresco e vibrante, com notas cítricas, florais e minerais, é um néctar que, na boca, apresenta um excelente equilíbrio e uma pureza de sabores que nos transportam para as vinhas da Quinta da Manoella. Gouveio, Viosinho, Rabigato e Códega do Larinho foram as castas selecionadas para este vinho.
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