Caipirinha soa e sabe a Brasil, embora mesmo entre os nossos irmãos do outro lado do Atlântico, não seja certo o porquê e o quando do nascimento desta refrescante bebida que junta cachaça, açúcar, lima.

Cuba Libre: aprenda a fazer o cocktail que nasceu com uma guerra de independência
Cuba Libre: aprenda a fazer o cocktail que nasceu com uma guerra de independência
Ver artigo

Há quem defenda que terá a Caipirinha, a aguardente de cana-de-açúcar, nascido na primeira metade do século vinte como medicina, ou seja uma bebida que, acreditava-se, poderia combater a Gripe Espanhola. Outras fontes apontam a origem da Caipirinha no estado de São Paulo, durante o século XIX, como bebida alternativa aos vinhos e ao whisky importados.

No Brasil, preparar a Caipirinha perfeita é assunto de discussão nacional e a singeleza dos ingredientes engana toda a complexidade para encontrar o “ritmo” certo. Começando pela escolha dos utensílios, a proporção certa dos ingredientes e o momento para degustar. Dirão alguns em relação a este último ponto, “qualquer momento é bom para apreciar a refrescante Caipirinha”.

As regras de ouro para fazer a caipirinha perfeita. Sim, ela existe
créditos: Lifestyle

No que respeita aos utensílios, tomemos os de base, uma boa faca para o corte da fruta e a correlativa tábua para emparelhar. Acrescente um doseador de cachaça, uma colher de haste longa, própria para mexer cocktails (conhecida como “colher bailarina”), um macerador para esmagar as frutas. “Last but not least”, os copos e palhinhas.

Não havendo a fórmula mágica, uma proporção de ingredientes que confere à Caipirinha equilíbrio dita o uso (por copo) de 70 ml de cachaça, 110 a 120 g de frutas, 25 g de açúcar e oito a dez pedras de gelo.

A Cachaça, a base para toda a Caipirinha

Não há Caipirinha sem cachaça. Ou melhor, poderá haver, pois os não puristas apreciam-na com saquê (bebida japonesa), rum ou vodca. Mas, convenhamos, Caipirinha se é para levar a sério, então que se dê uso à cachaça e as três bebidas citadas limitam a utilização de outras frutas que não o limão.

Na hora de preparar a bebida, a cachaça branca é a preferida, embora haja barmen que optem, por exemplo, por cachaças envelhecidas em cascos de madeira (mas atenção, uma madeira pouco acentuada, para não marcar desfavoravelmente o sabor).

No caso destas cachaças envelhecidas, pode experimentar a combinação com frutas diversas, como o morando, a manga, o maracujá. Tudo depende da relação de sabor entre a cachaça que escolhe e fruta selecionada.

Cachaça combina com fruta

Chegado a este ponto, o da fruta, não há como fugir à clássica lima e as suas componentes cítricas às quais é admissível o toque da hortelã, gengibre, noz-moscada, tomilho. Ainda no que toca às frutas, as variações são admissíveis face ao casamento com diversos tipos de cachaça. A cartilha dos cocktails de cachaça aceita, por exemplo, para além das já referidas atrás, a lichia, a tangerina, a uva, o abacaxi.

Importante é usar, sempre, fruta fresca.

A evitar, o coco e a jaca.

Na escolha da lima, selecione as que têm a casca fina pois, em princípio, garantem mais sumo. Ao descascar a lima, comece por lhe cortar as extremidades. Deixe um pouco de casca no fruto. Corte, então, o limão ao meio e retire-lhe o miolo branco, pois confere amargor. A partir da metade que cortou, faça novos cortes. Obterá assim, quartos de lima.

Lima, açúcar e gelo

As regras de ouro para fazer a caipirinha perfeita. Sim, ela existe

Leve a lima cortado ao copo (largo e baixo), com a face da casca virada para o fundo do recipiente. Chegou a hora de colocar o açúcar (de preferência o branco) sobre a fruta. Feito isto, use o macerador (pilão), premindo a fruta com o açúcar, mas sem girar, durante cinco a dez segundos. Faça, somente, pressão no sentido do fundo do copo, para libertar o suco do limão.

Posto isto, coloque as pedras de gelo (nunca gelo picado). Momento mágico, chegou a hora de verter a cachaça sobre os restantes ingredientes. Mexa com a colher bailarina e, voilá, bebida pronta a servir.