"Nenhum de nós é português, somos apenas grandes fãs do país. Ambos passámos muito tempo a viajar pela costa de Portugal e Espanha e fomos atraídos pela cultura de restaurantes e pelo ritmo em geral", explicou à Lusa Nialls Fallon, um dos sócios.
O americano, que abre o restaurante em sociedade com Nick Perkins, diz que gosta "particularmente do peixe e marisco e da simplicidade de sabores que se encontra em quase todos os restaurantes, sejam eles mais simples ou chiques."
Na ementa do Cervo's, que abriu as portas na quinta-feira, encontram-se pratos como camarões com molho de vinho branco e alho, frango com piri-piri ou polvo grelhando, mas não se encontrarem pratos tradicionais portugueses interpretados de forma literal.
Perkins, que além de sócio é o 'chef' do restaurante, diz que o objetivo da ementa é "manter tudo muito simples, porque foi essa a experiência" que tiveram em Portugal. "Usamos muito azeite, alho e limão, claro. A pimenta piri-piri também é algo que estamos muito interessados e fomos muito influenciados pelo ritmo nas cervejarias, em que a comida chega à mesa e todos vão partilhando. Tentamos que as pessoas partilham o máximo possível", explica o americano.
O menu de vinhos também é exclusivamente português e espanhol. "Estamos a tentar trabalhar com adegas de família, que trabalham com as castas tradicionais e nativas, com técnicas tradicionais. Queremos trabalhar com produtores que tratem a terra com respeito e façam vinhos representativos de Portugal", explicou. Cervo é o nome em português de uma espécie de veado (o nome do meio de Perkins é stag, a palavra em inglês para cervo) e a decoração também teve influências de Portugal, como nas paredes, que foram revestidas com azulejos.
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"Tivemos sorte com o espaço, que já vinha com este fantástico chão de azulejos de cimento. Também gostamos dos painéis anos 60, estilo deco, que se encontram em Portugal e tentamos copiá-los o melhor que conseguimos", explica Nialls.
Os dois amigos dizem que "já falavam de abrir um bar de marisco inspirado nas cervejarias de Lisboa, há algum tempo" e que a cervejaria Ramiro, em Lisboa, foi uma das grandes inspirações.
Nialls é ainda sócio do Maiden Lane, um restaurante no East Village especializado em conservas que importa marcas portuguesas como a Santa Catarina e Lucas. Neste momento em Manhattan, existem apenas dois restaurantes que se apresentam como sendo de culinária portuguesa: o Lupulo, em Chelsea, e o Taberna 97, no East Village.
"Honestamente, parte da razão porque quisemos abrir este restaurante é porque não vimos ninguém a apresentar este lado mais simples da cozinha portuguesa, numa altura em que ouvimos cada vez mais pessoas a falar que visitaram o país", explica Nialls.
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