Filha de mãe indiana e de pai moçambicano, Noorin Ussene é portuguesa, ainda que o nome e o apelido não o deixem antever. Licenciada em marketing e pós-graduada em gestão comercial, trabalhava no grupo hoteleiro Trius Hotels, um negócio familiar, quando, na reta final de 2019, se inscreveu num curso de pastelaria que nunca chegou a terminar. Meses depois, em meados de março de 2020, a pandemia viral de COVID-19 que confinou o mundo obrigava os portugueses a ficar em casa, adiando projetos e sonhos.
De repente, sem nada para fazer e já com alguns conhecimentos técnicos, Noorin Ussene resolveu continuar a fazer formação online e, simultaneamente, começou a fazer o gosto ao dedo. "Tinha muito tempo livre", justifica. "Inicialmente, comecei a fazer a minha doçaria em casa mas, como tínhamos uma cozinha livre num dos nossos hotéis, mudei-me para lá", revela a empreendedora. Os familiares e os amigos mais próximos é que ficaram a ganhar. "Ficaram três quilos mais gordos", confidencia.
"A minha grande paixão é mesmo isto, os doces", desabafa. Incentivada pelos que se deliciavam com o que ia fazendo, que se desfaziam em elogios, entre uma e outra formação, decidiu criar um negócio. Foi assim que, em maio do ano passado, surgiu o Cake Corner. "Criei páginas para o projeto nas redes sociais que fui partilhando e as encomendas começaram a aparecer", recorda Noorin Ussene. A amiga Helena Coelho, influenciadora digital e agora apresentadora de televisão da TVI, com milhares de seguidores, deu-lhe uma ajuda (muito) preciosa, ao divulgar as suas confeções gastronómicas nas suas plataformas digitais. A partir daí, nunca mais parou.
Para além de bolos e de tartes, também confeciona artesanalmente bolachas, brownies, brigadeiros, tabletes de chocolate recheadas com caramelo salgado e, nesta fase, ovos da Páscoa recheados, em várias versões, como pode ver na galeria de imagens que se segue. "Tento sempre fazer coisas diferentes e, de seis em seis meses, mudo a lista. No futuro, tenho a intenção de vir a abrir um espaço físico, mas nunca descurando a atividade hoteleira, até porque é um projeto familiar", refere a doceira Noorin Ussene.
Nesta fase de atividade da Cake Corner, Lisboa, Amadora, Loures, Odivelas e Almada são os concelhos de distribuição privilegiados, mas a empresária não exclui a possibilidade de levar os seus doces mais longe, mediante o pagamento de uma taxa suplementar. "É tudo feito por mim, desde a mistura dos ingredientes até ao processo de embalagem. Só trabalho com ingredientes de qualidade e com chocolate belga", esclarece. "Para mim, a pandemia foi uma coisa boa", acrescenta ainda.
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