Na corte de D. Pedro II, rei de Portugal entre 1683 e 1706, era presença assídua nos banquetes que o reputado cozinheiro Domingos Rodrigues servia no Paço Real de Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém. Depois, com o avançar dos séculos, foi perdendo importância. A Quintinha d'Aldeia, uma empresa familiar criada em 2014 em Pernes, no Ribatejo, recupera agora a tradição do enchido que recria o sabor de um tradicional cozido à portuguesa, dando-lhe uma nova roupagem.
"Coube-nos a nós, inspirados por este legado, reinventá-lo, mantendo o sabor mas inovando na sua forma de apresentação e degustação", refere Susana Santos, diretora-executiva da Servipal, detentora da marca que lançou Cozido d'Aldeia, um produto que, em 2020, conquistou a medalha de ouro no I Concurso Nacional de Inovação e Tradição, realizado pelo Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em parceria com a Qualifica/oriGIn Portugal.
"O segredo do sucesso está na qualidade dos ingredientes que usamos e no conceito de reinventar um dos pratos mais conhecidos da nossa gastronomia, trazendo à mesa dos portugueses a tradição num instante, por ser rápido e fácil de preparar, uma vez que já vem pré-cozinhado. Elaborado a partir de matérias-primas selecionadas com origem na região, apresenta-se como uma iguaria de qualidade superior. Trata-se de um enchido cozido, de forma retilínea, com uma massa irregular e marmoreada, composto por carne e por gordura de suíno, por arroz carolino e por enchidos, cheio em tripa de vaca", esclarece a empresária.
A referência mais antiga a esta especialidade remonta a 1680. É feita no livro "Arte de cozinha", que reúne as receitas de Domingos Rodrigues. O cozinheiro esteve quase três décadas ao serviço da corte, que passava longas temporadas em Salvaterra de Magos. Este enchido pode ser aquecido no micro-ondas, cortado às rodelas, em apenas dois minutos ou cozido em água a ferver durante três a quatro minutos. Depois, é só saboreá-lo. Pode salteá-lo, servi-lo em sopa ou em embrulhos.
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