Com a progressão da infeção no intestino delgado podem ocorrer sintomas gastrointestinais, como diarreia ou dor abdominal.
As manifestações graves de Estrongiloidíase incluem hiperinfeção e infeção disseminada e geralmente estão associadas a casos clínicos de doentes imunocomprometidos. A hiperinfeção é a autoinfecção acelerada, a sintomatologia revela o aumento da migração de larvas no interior dos órgãos normalmente envolvidos no ciclo de autoinfecção (trato gastrointestinal, pulmões e pele).
A infeção disseminada consiste na síndrome de hiperinfeção com disseminação de larvas para diferentes órgãos e tecidos como o fígado, vesícula biliar, pâncreas, rins, ovários, coração, cérebro e músculo esquelético. A Estrongiloidíase crónica é frequentemente assintomática ou com sintomatologia leve. Quando presentes, os sintomas clínicos geralmente envolvem o trato gastrointestinal e pele.
O diagnóstico laboratorial do parasita Strongyloides stercoralis é realizado através da pesquisa de larvas em amostras de fezes, amostras respiratórias e em biópsias e também com recurso a métodos imunológicos como imunoensaios enzimáticos (EIA) e Imunofluorescência indireta (IFI).
Através do exame microscópico de uma amostra de fezes é possível detetar as larvas nas infeções por Strongyloides stercoralis e o exame deve ser repetido no mínimo com 3 até 7 amostras de fezes, de forma a aumentar a sensibilidade do teste. Na síndrome de hiperinfecção e estrongiloidíase disseminada, podem ser detetadas larvas filariformes nas fezes, no conteúdo duodenal e na expetoração.
Os testes imunológicos para identificar anticorpos antiestrongiloidíase no soro são recomendados devido à sua maior sensibilidade (> 90%). Os anticorpos IgG são normalmente detetados, mesmo em pacientes imunocomprometidos com estrongiloidíase disseminada, mas a ausência de anticorpos detetáveis não exclui infeção. As reações cruzadas nos pacientes infetados com filariose ou outros nemátodes podem resultar em testes falso-positivos.
A presença de eosinofilia sérica é um achado laboratorial comum.
Os testes moleculares, incluindo métodos baseados em reação em cadeia da polimerase (PCR), para o diagnóstico do Strongyloides stercoralis também podem ser utilizados, mas a sua sensibilidade e especificidade variam e não substituem ainda a microscopia e a sorologia para o diagnóstico.
Um artigo de Germano de Sousa, Médico Especialista em Patologia Clínica.
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