Há paixões repentinas que perduram no tempo. Lena Sampaio, 40 anos, experimentou pela primeira vez o hot yoga há seis anos em Espanha e depressa se deixou cativar pelo ambiente quente que caracteriza estas aulas. Não foi a sua primeira experiência com esta modalidade, pois já a praticava na sua versão clássica, mas rapidamente a substituiu. Atualmente, faz duas aulas de hot yoga por semana e sai da aula «sempre relaxada e revigorada depois de um cansativo dia de trabalho», afirma, visivelmente satisfeita.
Para além dos benefícios mentais, Lena Sampaio reconhece também os físicos. «Ajuda-me a manter o peso e qualquer dor muscular que possa ter melhora instantaneamente depois da aula», realça, afirmando que «a relação com o hot yoga está definitivamente para durar». Este tipo de yoga é relativamente recente em Portugal, mas já existe há vários anos nos Estados Unidos da América e noutros países europeus, tendo sido criada em 1974 por Bikram Choudhury, um indiano radicado na Califórnia.
Tal como o nome indica, o hot yoga (hot significa quente) é feito numa sala aquecida a uma temperatura entre 38 a 42º C, com uma humidade de 40%. «A ideia é recriar o ambiente da Índia, quente e húmido», conta Paulo Hayes, yogaterapeuta, que no início da década de 2010 introduziu este tipo de yoga em Portugal, na Academia Yoga Darshan, dotada de uma sala especial para este efeito. «Resolvi ter esta iniciativa, acima de tudo, porque me senti muito bem quando o experimentei em Madrid e Barcelona e acho que os portugueses vão gostar», referiu na altura.
O que diferencia o hot yoga do outro
A temperatura não é o único aspeto que diferencia o hot yoga do estilo clássico. «As aulas duram hora e meia, em vez dos habituais 60 minutos, é um estilo mais vigoroso e foi pensado para pessoas muito ativas», explica o professor. Muitas das posturas do yoga clássico (asanas) foram transpostas para o hot yoga, «o que muda essencialmente é a sequência como são feitas», refere Paulo Hayes. «A aula é estruturada e reparte-se entre posturas sentadas, de pé e invertidas, técnicas de respiração e termina com um período de relaxamento».
Como terapia holística, o yoga garante a quem o pratica benefícios físicos, mentais e espirituais e o hot yoga não é excepção a esta regra. «Neste caso, temos ainda a mais-valia do ambiente quente e húmido, que ajuda a prevenir lesões osteomusculares e a recuperar os tecidos ósseos quando já há lesões», afirma o yogaterapeuta. As pessoas com problemas respiratórios, asma, alergias, rinites e sinusites também costumam apresentar melhorias no seu estado clínico, pois passam a ter uma maior consciencialização do acto de respirar.
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Peso regulado
O hot yoga também ajuda a regular o peso do corpo, pois, como diz Paulo Hayes, «o calor húmido acelera a eliminação de toxinas através da sudação e, passados no máximo 20 minutos, os alunos já estão a transpirar». Este fator também traz benefícios a nível da pele, já que ajuda a eliminar as impurezas. Para além disso, este método activa a circulação sanguínea, alivia as dores nas costas e cabeça e aumenta a flexibilidade e agilidade do corpo. «A nível mental, o hot yoga ajuda a reduzir a ansiedade e as tensões acumuladas no dia a dia, portanto, é extremamente relaxante depois de um dia intenso de trabalho», refere o professor de yoga. É uma verdadeira terapia anti-stresse.
Quem pode praticar?
Este método de yoga pode ser praticado por jovens a partir dos 14/16 anos e não tem limite de idade. «Ainda há pouco tempo, estive a dar uma aula, onde estava um casal, ambos com 75 anos, que fez a aula do início ao fim», esclarece Paulo Hayes. No entanto, está contraindicado em alguns casos, tais como, «pessoas que tenham a tensão arterial muito baixa, pois o calor é vasodilatador. Tal significa que baixa a pressão arterial ainda mais», refere.
A lista de contraindicações abrange essencialmente indivíduos que tenham febre ou doenças infecto-contagiosas, pessoas que não possam fazer grandes esforços, doentes cardíacos e grávidas nos primeiros meses de gestação», afirma o yogaterapeuta. Paulo Hayes também desaconselha o Hot Yoga a pessoas que não se dão com ambientes de calor húmido, mas recomenda-o a todos aqueles que gostam de calor. O balanço é positivo. «Até agora quem experimentou, gostou», afirma.
Texto: Rita Caetano
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