Numa azáfama de situações, com as quais lidamos diariamente sem saber qual começar primeiro e com qual terminar o dia, pois todas se auto intitulam de prioritárias, manter o foco será uma tarefa extra.
Depois, ainda chega o zen ao nosso local de trabalho a dizer: Para tudo e acrescenta mais esta tarefa: PARAR.
Parar é algo que não sabemos bem o que significa, pois crescemos com a ideia que “parar é morrer” e com as mil coisas que o nosso trabalho diário nos exige, é perder mais tempo e assim gerar mais frustração.
Mas como diz um provérbio zen: “se estás muito ocupado para meditar vinte minutos, então medita durante uma hora”.
Parar para meditar ou simplesmente virarmos o nosso foco para sentirmos o que está a acontecer dentro do nosso corpo, das nossas emoções ou apenas ouvirmos a forma como respiramos. Tudo isto pode fazer diferença no resto do nosso dia.
Agora imaginemos, que conseguimos ter esta atitude, várias vezes por dia? Impossível? Não, não é. Vamos experimentar
O que ganhamos com isto? Antes de mais, tempo! Tempo de qualidade, tempo em que conseguimos ganhar consciência do stress em que vivemos, da ansiedade que geramos a correr atrás de um comboio que nunca conseguimos apanhar. Corremos atrás de um comboio de tarefas que anda cada vez mais rápido e que quanto mais corremos para apanhá-lo, maior a ansiedade, o cansaço e a frustração que geramos. E que tarefas realizámos? Algumas? Nenhumas?
O que fazer?
Parar, relaxar, meditar e esperar que o comboio naturalmente pare em cada estação, retirando algumas tarefas e renovando outras. Isto, acontecerá de forma consciente, mais tranquila e produtiva.
E qual o grande segredo para meditar? Desautomatizar.
Se formos capazes de desautomatizar as nossas atividades, todo o nosso trabalho e toda a nossa vida tornar-se-ão uma meditação. Sendo esta meditação uma qualidade, pode resultar em qualquer coisa.
A meditação não é estar voltado para o Oriente a recitar mantras enquanto se queima um incenso. Manter alerta é meditação. Qualquer atividade é meditação, desde que feita de forma consciente.
Meditar no local de trabalho, mais do que interessante, é fundamental, para que possamos realizar qualquer tarefa com o máximo de consciência.
O que acontece no nosso cérebro enquanto meditamos?
Sendo este um órgão fundamental na regulação emocional e na capacidade de tomar decisões, mantê-lo equilibrado entre emoção e razão é necessário.
Quando estamos sob stress, a zona emocional fica sobrecarregada. O stress controla todo o nosso cérebro, fazendo com que todas as outras regiões deste órgão adormeçam e tornem o nosso procedimento ineficiente. Tornamo-nos assim escravos das emoções debaixo do monstro e incontrolável stress, ficando mais susceptíveis à doença física ou mental.
Para repor este equilíbrio, poderemos recorrer a várias técnicas de regulação de da atenção, o que hoje conhecemos como Mindfulness, que tem como base a Meditação.
Esta “musculação” do cérebro fará frente ao descontrolo gerado pelo stress e ansiedade.
Como qualquer prática, também a meditação, para que tenha maior efeito, deverá ser feita regularmente. Esta permite uma fluidez de acção ou inacção sem procurar resultados.
A meditação é consciência de quem somos e do que fazemos.
À medida que nos tornamos mais conscientes, muitas coisas que fazíamos anteriormente, desaparecem e o corpo descontrai. Tornamo-nos mais conscientes dos nossos pensamentos possibilitando uma maior fluidez de acontecimentos. A meditação ensina-nos um novo modo de vida, com mais clareza, com mais visão e mais criatividade mantendo consciência do nosso centro de forma imperturbável, transformando assim o crescimento da nossa vivência total.
Quando começar? Agora.
Texto: Brahmi Welness
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