O Natal é um lugar de sonhos e um lugar de amor, onde – regra geral - por entre o frio do inverno sentimos o calor dentro de nós, num contraste que nos sabe tão bem. E, é por isso que precisamos do Natal, porque funciona quase que como uma “bolha de oxigénio” que nos faz despertar o melhor de cada um de nós, que nos faz mostrar a quem é importante para nós que gostamos dessas pessoas – porque, muitas vezes, passamos um ano inteiro sem o fazer – e, subtilmente, no Natal podemos mostrar esse amor com um presente, é uma altura de gratidão, em que agradecemos aos nossos e aos que cuidam dos nossos.
Por isso, é que ficámos todos muito aflitos quando pensámos na ideia de não ter Natal, porque não ter Natal é perder a “bolha de oxigénio” que nos permite ligarmo-nos, perdoar e amar sem rodeios e sem vergonha. O Natal é o lugar onde, normalmente, até a pessoa mais dura parece – de repente – ceder ao amor, onde quase todos somos capazes de fazer cedências para que a família se possa reunir.
Este ano – por todos os esforços que implicou para cada um de nós, por tão difícil que, por vezes, se tornou – viver o Natal é ainda mais importante, para que, no limite da exaustão em que muitos estamos, todos possamos ter uma alavanca de esperança, que nos permita continuar e confiar.
Por isso, temos de nos lembrar que ninguém acabou com o Natal, que podemos continuar a partilhar um “gosto muito ti!” vezes sem conta, que podemos continuar a perdoar e que podemos continuar a ligar-nos uns aos outros, e a trazer os nossos bem para dentro de nós, mesmo que à distância. Porque não fosse os espírito de Natal, e muitos filhos, avós, pais, tios e irmãos, nunca tinham sarado zangas, nunca tinham ouvido um caloroso “és importante para mim”!
À maneira de cada um de nós, vamos fazer o Natal acontecer e, à boleia de termos reinventado o Natal este ano, porque não fazermos aquilo que há uma eternidade ‘pregamos’? Fazer com que o Natal possa ser “quando um Homem quiser” e começarmos verdadeiramente a trazer o espírito do Natal para os nossos dias, como quem não tem medo de sentir e de se repensar diariamente, como quem não tem medo de fazer as pazes, como quem ama com tudo o que tem e não se assusta com um “Amo-te”!
Assim, este Natal temos oportunidade de fazer diferente de, mesmo longe, estar perto, ou de, estando perto, sermos capazes de agradecer e de plantar as sementes para fazer o Natal durar o ano inteiro. Porque este Natal, desejamos que não voltemos a precisar do espírito de Natal para termos a certeza que estamos perto dos nossos, para nos ligarmos e para garantirmos que estendemos o colo a quem dele precisa. Queremos continuar a celebrar o Natal, mas queremos que ele se prolongue nos dias, em gestos de tranquilidade e de amor.
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