Só 1% dos doentes infetados com COVID-19 é que não gera anticorpos à doença. Os restantes 99% desenvolvem uma imunidade duradoura contra novo coronavírus e não voltam a ser infetados, noticia a imprensa internacional, com base em vários estudos. Um deles, o maior que se realizou até ao momento, levado a cabo nos EUA, feito a partir da análise do plasma sanguíneo de 1.343 doentes da região de Nova Iorque e arredores, concluiu que 99% dos infetados com COVID-19 desenvolveu anticorpos contra o vírus.

A possibilidade de alguém poder infetar-se duas vezes perde, assim, força, garantem os cientistas. Apesar deste estudo ainda ser preliminar e ainda não ter sido revisto por outros investigadores, os seus autores, especialistas da Escola de Medicina do Hospital Monte Sinai estão convencidos da teoria que apresentam. As autoridades sanitárias da Coreia do Sul também têm defendido esta tese, depois de terem constatado que 260 dos casos de reinfeção que tinham registado vieram, depois, a revelar-se falsos positivos.

De acordo com os prestigiados investigadores deste estabelecimento universitário hospitalar, a quantidade de anticorpos gerados à presença do SARS-CoV-2 no organismo não tende a divergir em função da idade, do sexo ou da gravidade da enfermidade. Um estudo preliminar desenvolvido na China com 175 pacientes vai ainda mais longe e garante que os pacientes mais graves tendem a apresentar um número de anticorpos superior, estando, em teoria, mais protegidos da infeção causada pela COVID-19.

Os estudiosos chineses, autores do trabalho publicado na Nature Medicine, apuraram ainda que o pico de produção de anticorpos é atingido 15 dias depois de terem desaparecido os sintomas da doença, pelo que recomendam a realização dos testes de confirmação duas ou três semanas após a recuperação para evitar falsos positivos. Um ensaio científico chinês com 14 pacientes recuperados assegura que a maioria não só gera anticorpos neutralizantes como também linfócitos que destroem as células infetadas.