O que é a asma?
A asma é uma doença respiratória crónica, e por isso incurável, que requer um reconhecimento de controlo diário para prevenir os sintomas, a deterioração da função pulmonar e as exacerbações/crises.
Quais são as causas?
As causas são variáveis, mas, geralmente, resultam no estreitamento dos brônquios. Consequentemente, o ar sai e entra nos pulmões com mais dificuldade. O estreitamento é provocado pela contração dos músculos que existem à volta dos brônquios, produção de secreções e, mais tarde, aumento da espessura da parede brônquica, dificultando a entrada e saída de ar do pulmão.
Quais são os principais sintomas da doença?
A asma causa sintomas respiratórios, nomeadamente, dificuldade em respirar (ou dispneia), pieira ou chiadeira, sensação de aperto no tórax, tosse e cansaço. Por norma, podem surgir ao início da manhã ou num período noturno. A intensidade dos sintomas é muito variável de doente para doente e até mesmo em cada doente, uma vez que podem passar dias, semanas ou meses sem sintomas ou, em alguns doentes, podem ser muito frequentes. Também a gravidade e intensidade das exacerbações pode ser diferente.
Qual é a prevalência da doença?
A asma é uma das principais doenças não transmissíveis cuja prevalência tem vindo a aumentar lentamente. Atualmente, afeta 334 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de 700 mil em Portugal. Embora seja muito prevalente em crianças e adolescentes (sensivelmente 175 mil indivíduos deste grupo populacional são asmáticos), é uma doença que pode ocorrer em qualquer idade.
Como é feito o diagnóstico?
Asma é diagnosticada através dos sintomas típicos da doença aliada a outros exames que suportem o diagnóstico. Os exames mais frequentemente utilizados para auxiliar o diagnóstico da asma são dois:
- Espirometria: mede a velocidade à qual o ar se move no exterior para o interior dos pulmões e vice-versa, bem como o seu volume.
- Peak flow meter (Debitómetro): mede a velocidade de expiração do ar, numa expiração.
Como é feito o tratamento?
O tratamento da asma é determinado de acordo com a gravidade clínica e é feito através de medicação administrada idealmente por via inalatória. É uma terapêutica muito segura e eficaz, que permite ao doente e ao seu médico controlarem a doença e não deixar que esta os controle.
Quais são os principais desafios nesta área (por exemplo, a resistência na adesão à terapêutica por parte dos doentes)?
Atualmente, ainda há muitas pessoas a desvalorizar a asma por acharem que não terão consequências graves. Contudo, a asma pode afetar muito a qualidade de vida e causar a morte. Dados da Organização Mundial da Saúde demonstraram que, em 2019, a asma afetou cerca de 262 milhões de pessoas e causou 455 000 mortes. Provavelmente se os doentes estiverem mais alerta para a realidade da sua doença, vão estar sensibilizados para a sua utilização mais adequada, como acontece noutras doenças crónicas como a diabetes ou hipertensão arterial.
Apesar de ser uma doença incurável, ainda existe um subdiagnóstico e subcontrolo da asma. Porque é que acha que isso acontece?
Existe de facto um subdiagnóstico e subcontrolo da doença, mesmo em doentes já diagnosticados. A resposta a esta questão tem múltiplas respostas e cada doente tem uma vivência muito particular da sua doença. O subdiagnóstico poderá ser pela variabilidade de apresentações e idades em que os doentes são afetados, subvalorização ou adaptação aos sintomas. O subcontrolo deve-se em alguma parte a algum desconhecimento acerca dos objetivos do tratamento, algumas crenças relativamente a medicação e todos os fatores psico-sociais e económicos à volta de uma doença com necessidade de tratamento crónico. Os doentes podem aprender a viver com a asma e consideram a sua condição “normal”, apercebendo-se das limitações que estão a viver apenas quando começam a fazer o tratamento.
Mesmo quando já vivemos há muitos anos com determinados sintomas, não podemos aceitá-los como sendo normais e permitir que estes nos impeçam de realizar determinadas atividades diárias ou desportivas. Para tal, é fundamental consultar o médico assistente e iniciar o tratamento adequado ao seu caso, para que tenha uma vida tranquila e sem restrições.
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