Segundo a carta de demissão assinada por 11 chefes de equipa, a que a Lusa teve acesso, os profissionais alertam para a degradação do serviço, lembrando que têm sido lançados vários avisos sobre a situação que se vive nos últimos tempos.
Na carta, os profissionais sublinham “a escassez de recursos humanos” que leva a que o hospital viva “os piores momentos da sua história”, não conseguindo garantir “a prestação de cuidados de excelência ao doente”.
“Os médicos desta casa (os que vão ficando) têm feito diversos apelos às suas chefias denunciando a situação grave, perigosa e desumana que vivemos hoje em dia”, referem os diretores na carta assinada a 26 de fevereiro.
“Os últimos meses têm sido marcados pela saída recorrente de especialistas do Serviço de Medicina Interna do Internamento e da Equipa Dedicada do Serviço de Urgência Geral”, referem na carta de demissão, onde sublinham que esta redução não tem sido acompanhada por uma diminuição de doentes.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cinha, sublinhou que as equipas de urgência estão “depauperadas”.
“No sábado passado estava apenas um especialista para uma urgência onde se encontravam 110 doentes que não podem ir para casa”.
“Soubemos hoje que 11 chefes de equipa da Urgência apresentaram a sua demissão e perante isto é essencial que o senhor ministro crie condições para que os médicos fiquem no SNS em vez de andar a fazer declarações politicas de amor ao SNS”, criticou Roque da Cunha.
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