"Os primeiros resultados foram obtidos estabilizando a situação e mudando a tendência em Wuhan e em Hubei", onde 56 milhões de habitantes estão em quarentena desde o fim de janeiro, afirmou Xi, citado pela agência estatal Xinhua. O presidente chinês Xi Jinping esteve de visita surpresa esta terça-feira à cidade de Wuhan.
Várias cidades em Hubei estão desde janeiro passado em quarentena, com entradas e saída bloqueadas, numa medida que afeta quase 60 milhões de pessoas.
A chegada de Xi Jinping ocorre após o anúncio do ministério chinês da Saúde, de que o número de novos casos caiu para 19, o valor mais baixo desde que a contagem diária começou a ser feita a nível nacional.
A queda, desde os milhares de novos casos reportados diariamente em fevereiro, significa que as drásticas medidas de controlo produziram resultados.
Com uma máscara cirúrgica no rosto, Xi chegou esta manhã a Wuhan, onde reuniu com moradores de um bairro local que permanecem em quarentena nas suas casas e visitou o Hospital Huoshenshan para "inspecionar o trabalho de prevenção e controlo da epidemia", segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
O Presidente chinês também visitou os pacientes que estão a ser tratados naquele hospital e enviou saudações aos trabalhadores médicos, incentivando-os a "reafirmar a confiança" na derrota do surto, detalhou a agência.
Situada no centro da China, a província de Hubei concentra a maioria dos casos e mortes devido ao Covid-19 registados a nível mundial: 67.760 pessoas infetadas e 3.024 mortes.
O novo coronavírus surgiu em dezembro passado, em Wuhan, antes de se espalhar por todo o país e além-fronteiras.
Mais de 114.000 pessoas foram infetadas em todo o mundo, entre as quais 4.012 morreram, a grande maioria na China.
A propagação da doença provocou forte descontentamento popular no país asiático, sobretudo depois de revelações de que as autoridades silenciaram denunciantes e ocultaram informações cruciais, facilitando o alastramento do surto.
Depois de ter desaparecido da imprensa oficial durante o pico da crise, Xi Jinping voltou a ser destaque no noticiário da televisão estatal, como o líder da "guerra popular" contra o surto.
No final de janeiro passado, quando o país registava milhares de novos casos por dia, foi o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, a dar a cara no combate ao surto, tendo inclusive visitado Wuhan.
As falhas iniciais foram, entretanto, atribuídas a funcionários municipais e provinciais, posteriormente afastados.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção por COVID-19, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.
Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do país, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.
Vírus alastra no mundo
O número de pessoas infetadas desde dezembro passado pelo novo coronavírus em todo o mundo aumentou para 114.151, entre as quais morreram 4.012, segundo um balanço feito pela agência noticiosa France-Presse (AFP), com dados atualizados às 09:00 de hoje.
Citando fontes oficiais, a AFP diz que, no total, foram registadas em 105 países e territórios 898 contaminações e 48 novas mortes desde o último balanço, às 17:00 de domingo.
A China continental (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, teve 80.754 casos, incluindo 3.136 mortes. Entre as 17:00 de domingo e as 09:00 de hoje foram anunciadas 19 novas infeções e 17 novas mortes no país.
Em outras partes do mundo, foram registados 33.397 casos (877 novos) até às 09:00 de hoje, incluindo 876 mortes (31 novas).
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